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Corinthians pega o Goiás sem rumo e sem pontaria
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem motivação, sem objetivos,
sem perspectivas e sem pontaria.
É assim que o Corinthians entra
no gramado do Pacaembu, hoje,
às 18h, para enfrentar um Goiás
embalado pela melhor campanha
da segunda metade do Brasileiro,
na luta por uma vaga na Libertadores de 2004 e na iminência de
ter seu principal goleador, Dimba,
como o novo recordista de gols
numa mesma edição do Nacional.
Com remotas chances de chegar
ao torneio continental e pouco
ameaçado pelo rebaixamento
-precisa de seis pontos para matematicamente se garantir na Série A em 2004-, o Corinthians
demonstra falta de motivação para o fim do torneio. "Temos que
tentar sair dessa crise, aproveitar
para se firmar na equipe e pensar
no ano que vem", afirma o lateral-esquerdo Moreno, que ganhou a
vaga do titular Vinícius.
"Essa experiência que o Corinthians está passando vai servir para o ano que vem", analisa Gil.
"A motivação tem que existir. A
gente tem que pensar que estamos vestindo a camisa do Corinthians, de um grande clube", afirma o zagueiro Anderson.
Se os atletas já adotam o discurso de "pensar no ano que vem", o
futebol apresentado nos últimos
jogos também demonstra que o
time "jogou a toalha" no torneio.
O Corinthians, segundo levantamento do Datafolha, não consegue acertar o gol adversário há 116
minutos. Além de passar o jogo
contra o Coritiba sem fazer uma
finalização que ameaçasse o goleiro rival, a equipe está sem arrematar a gol desde os 19min do segundo tempo contra o Santos. Para
piorar, o autor da última tentativa
correta está ausente hoje: o lateral-direito Coelho, suspenso.
Para tentar corrigir esse defeito,
anteontem o técnico Juninho promoveu um treino tático específico
para o ataque, com uma certa dose facilidade. Na metade de um
campo, os jogadores de linha
-exceto os dois zagueiros- se
posicionavam conforme sua função e simulavam um ataque.
O detalhe é que não havia defesa
adversária, mas apenas um goleiro. Juninho gritava com seus comandados como se estivessem
enfrentando uma defesa de verdade: "Gil, puxa a marcação. Moreno, passa para receber".
O resultado, mesmo sem um setor defensivo adversário para
atrapalhar, não foi dos mais satisfatórios para o técnico. Muitas das
tentativas foram para fora ou pararam nas mãos dos goleiros
-Doni começou o treino, e depois foi substituído por Jonatas.
"Falei com eles que não pode ser
assim. O gol é até circunstancial,
mas tem que pelo menos acertar o
chute", disse Juninho, frustrado
com o aproveitamento de seus
atletas no treinamento.
No Goiás, invicto há seis jogos, a
única dúvida na escalação está na
lateral direita. O técnico Cuca não
definiu se colocará Cléber, que
atuou nas duas últimas partidas,
ou Gustavo, que ficou afastado
por cerca de 15 dias devido a uma
lesão no tornozelo.
Colaborou a Agência Folha
NA TV - Sportv (menos
para São Paulo e RS), ao
vivo, às 18h
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