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São Paulo faz um gol a cada dez finalizações
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Com dez dias sem jogar, a comissão técnica do São Paulo fala em ajustar a cabeça, a tática e
a técnica do time, hoje fora da
zona de Libertadores do Brasileiro. Segundo o Datafolha, o
desafio é acertar o gol.
Pelas estatísticas, o time do
Morumbi tem bom domínio do
jogo (é o que mais dá passes e o
terceiro que mais os acerta) e
cria situações para marcar (tem
o terceiro maior número de assistências e o maior número de
conclusões). Erra na hora de
arrematar para a meta rival.
A equipe até tem o quarto
melhor ataque do Nacional,
com 39 tentos. Mas, para chegar a esse número, os são-paulinos precisaram dar cerca de
400 chutes ou cabeçadas. Ou
seja, fizeram aproximadamente um gol a cada dez tentativas.
A média é de 16,4 conclusões
por jogo, na equipe que mais finalizou no torneio. Só 32,3%
desses arremates foram na direção das metas rivais. Em índice de acerto, o time só supera
Náutico e Ipatinga -fica na 18ª
posição no ranking.
"Não é só isso [os erros]. Temos feito gols em todos os jogos", minimizou Muricy Ramalho, que, diga-se, costuma
orientar treinos de chutes.
Os são-paulinos passaram
em branco em cinco dos 24 jogos do Brasileiro. Nas últimas
duas partidas, Atlético-MG e
Santos, também tiveram dificuldade para criar chances de
gol, o que não ocorrida antes.
O atacante Dagoberto, por
exemplo, é o segundo que mais
finalizou no Brasileiro entre todos os times: mais de 50 vezes.
Sua média é de 3,4 por partida.
Porém só marcou três gols.
O volante Hernanes, que usa
chutes de longe, concluiu 30
vezes no campeonato. Tem um
gol na tabela de artilheiros.
Muricy disse que usa estatísticas como uma das armas para
corrigir erros. Ontem, sua reclamação mais constante foi o
excesso de mexidas na defesa.
Ao explicar as dificuldades
para o time dar uma arrancada
no Nacional, lembrou de características da equipe bicampeã
brasileira no ano passado.
"Aquele time [de 2007] teve
muito pouco mexida na defesa,
que era um setor muito forte.
Ao contrário, nesse ano, tivemos muitas contusões."
A defesa do ano passado levava 0,5 gol por jogo. A média do
time neste ano chega a 1,08.
Na comparação com os rivais
de 2008, no entanto, o São Paulo só fica atrás do Grêmio em
número de desarmes. E foi o
quinto que menos sofreu gols.
Para Muricy, a participação do
técnico no "time é de 25%".
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