São Paulo, domingo, 11 de agosto de 2002

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FUTEBOL

Diferentemente das últimas vezes que posto ficou vago na seleção, agora alguns cotados fazem até lobby pelo cargo

Saída de Scolari assanha técnicos do país

FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

O que até outro dia era um fardo rejeitado pela maioria dos técnicos do país virou, após a conquista do pentacampeonato, alvo de cobiça e assanhamento desses mesmos profissionais.
Nem bem Luiz Felipe Scolari anunciou que vai deixar o comando da seleção brasileira para se dedicar à família e ao sonho de trabalhar no futebol europeu, alguns dos cotados para sucedê-lo no cargo já se ouriçaram à espera de um convite de Ricardo Teixeira, presidente da CBF.
A atitude mais incisiva partiu de Wanderley Luxemburgo, que ocupou a cadeira de Scolari entre 1998 e 2000 e hoje treina o Palmeiras. Depois que terminou a entrevista de Scolari anteontem, ele trocou pelo menos três telefonemas com Marcos Moura Teixeira, primo do presidente da CBF e ex-coordenador técnico da seleção.
Luxemburgo queria informações sobre a sucessão e deixou claro para o amigo que é candidatíssimo ao posto aberto por Scolari. Foi com o crivo de "Marquinhos", como o primo de Teixeira é conhecido, que o técnico palmeirense foi para a seleção em 98. Os dois, então no Corinthians, participaram do jantar na casa do empresário J. Hawilla que selou a contratação do treinador.
Entretanto, para não diminuir suas chances -já afetadas pela forma vexatória como deixou a seleção após a Olimpíada-, Luxemburgo se esquivou ao ser questionado sobre o assunto.
Outro que fica excitado ao ser citado com um dos prováveis candidatos ao cargo é Tite, treinador do Grêmio e uma das revelações nacionais da profissão.
"Não abro mão de ter esse sonho. Comandar a seleção é a ambição de todo técnico brasileiro, e eu não fujo à regra. Fico gratificado, sinceramente envaidecido [em ser apontado como um dos cotados para a vaga"", disse Tite.
Para ele, nem o "fantasma" de Scolari -que admitiu a chance de voltar à seleção no futuro- diminuiu a sua vontade de assumir o time verde-amarelo.
"O fantasma só muda de nome, mas sempre vai existir. Se não for o Felipão, será o Parreira ou outro", afirmou Tite, citando o preferido da CBF para o cargo.
Mas, se for chamado, Parreira diz que recusará. Oswaldo de Oliveira, do São Paulo, também tem chances. A CBF deve anunciar o novo técnico até o final do ano.



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