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VÔLEI
Após calmaria na estréia, seleção se arma para "finais"
Para Dante, Brasil jogou relaxado contra egípcios, o que não é mais viável; Escadinha quer time nervoso
BRASIL
Enfrenta a Sérvia.
Horário: 3h da madrugada de amanhã
DO ENVIADO A PEQUIM
Apesar da vitória de ontem
da seleção masculina sobre o
Egito em sua estréia na Olimpíada de Pequim, o discurso da
equipe é que só a partir de agora
os Jogos irão de fato ter início.
Contra um adversário frágil,
os brasileiros, atuais campeões
olímpicos, venceram por 3 sets
a 0 (25/19, 25/15 e 25/18). Na
madrugada de amanhã, às 3h, o
time enfrentará a Sérvia, vice-campeã da Liga Mundial.
"Agora, podemos dizer que
vai começar a Olimpíada para a
gente", brincou o ponta Dante,
referindo-se aos sérvios, que
enfrentaram o Brasil quatro vezes na Liga -todas as partidas
foram para o quinto set, com
três vitórias nacionais.
Ontem, entretanto, o adversário foi bem menos competitivo. O time de Bernardinho iniciou arrasador o primeiro set,
fazendo 6 a 0 no Egito.
Mesmo se desconcentrando
em certos momentos e errando
contra-ataques, os brasileiros
apenas administraram a vantagem para fechar o set inicial.
"Hoje [ontem] jogamos mais
relaxados. Erramos muitos
contra-ataques. Não podemos
presentear os outros adversários com os erros fáceis que tivemos", comentou Dante.
No segundo set, o Egito conseguiu equilibrar no início. Mas
os brasileiros mostraram um
arsenal maior de variações de
ataque, principalmente com
Giba e Dante, para fechar.
No set final, o time africano
cometeu seguidas falhas na recepção. A bola chegava em péssimas condições ao levantador Abdalla Ahmed, que municiava ataques previsíveis.
Com isso, o Brasil conquistou 11 pontos só em bloqueios
-o central Gustavo destacou-se no fundamento, com quatro.
Diante da facilidade da partida, Bernardinho deu descanso
a alguns de seus titulares, dando oportunidade em quadra, no
set final, para o meio-de-rede
Rodrigão, o ponta Murilo, o levantador Bruno, que é filho do
técnico, e o oposto Anderson.
A vitória sem grandes contratempos serviu de alívio ao
elenco, após as discussões que o
treinador teve com Gustavo
durante treino já em Pequim.
"Essas coisas fazem parte do
passado. Mas não vamos ficar
calmos. Esta equipe tem muita
vontade de vencer. Não vamos
ficar calmos nunca", afirmou o
líbero Escadinha. "Entramos
hoje [ontem] como se fosse
uma final olímpica. É assim que
o time tem que agir, independentemente do adversário."
Para Bernardinho, a vitória
na estréia foi obrigação. A partir de agora, os desafios serão
bem maiores, com uma seqüência de "finais", com partidas difíceis contra Sérvia, Rússia, Polônia e Alemanha.
"Não dá para dizer que a vitória [contra o Egito] recuperou o
time em relação ao que foi
questionado lá atrás", declarou
o treinador, referindo-se às
derrotas para EUA e Rússia, em
casa, na fase final da Liga.
Para Bernardinho, a pressão
sobre o time, que defende seu
título nos Jogos, cresceu muito
em relação a Atenas-04. "Não
somos os favoritos, mas fortes
candidatos [ao título]. Tem sete
equipes que podem chegar.
Mas a pressão existe. Esta equipe soube administrá-la no passado. Espero que isso se repita."
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
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