São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2008

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VÔLEI

Após calmaria na estréia, seleção se arma para "finais"

Para Dante, Brasil jogou relaxado contra egípcios, o que não é mais viável; Escadinha quer time nervoso

BRASIL
Enfrenta a Sérvia.
Horário: 3h da madrugada de amanhã


DO ENVIADO A PEQUIM

Apesar da vitória de ontem da seleção masculina sobre o Egito em sua estréia na Olimpíada de Pequim, o discurso da equipe é que só a partir de agora os Jogos irão de fato ter início.
Contra um adversário frágil, os brasileiros, atuais campeões olímpicos, venceram por 3 sets a 0 (25/19, 25/15 e 25/18). Na madrugada de amanhã, às 3h, o time enfrentará a Sérvia, vice-campeã da Liga Mundial.
"Agora, podemos dizer que vai começar a Olimpíada para a gente", brincou o ponta Dante, referindo-se aos sérvios, que enfrentaram o Brasil quatro vezes na Liga -todas as partidas foram para o quinto set, com três vitórias nacionais.
Ontem, entretanto, o adversário foi bem menos competitivo. O time de Bernardinho iniciou arrasador o primeiro set, fazendo 6 a 0 no Egito.
Mesmo se desconcentrando em certos momentos e errando contra-ataques, os brasileiros apenas administraram a vantagem para fechar o set inicial.
"Hoje [ontem] jogamos mais relaxados. Erramos muitos contra-ataques. Não podemos presentear os outros adversários com os erros fáceis que tivemos", comentou Dante.
No segundo set, o Egito conseguiu equilibrar no início. Mas os brasileiros mostraram um arsenal maior de variações de ataque, principalmente com Giba e Dante, para fechar.
No set final, o time africano cometeu seguidas falhas na recepção. A bola chegava em péssimas condições ao levantador Abdalla Ahmed, que municiava ataques previsíveis.
Com isso, o Brasil conquistou 11 pontos só em bloqueios -o central Gustavo destacou-se no fundamento, com quatro.
Diante da facilidade da partida, Bernardinho deu descanso a alguns de seus titulares, dando oportunidade em quadra, no set final, para o meio-de-rede Rodrigão, o ponta Murilo, o levantador Bruno, que é filho do técnico, e o oposto Anderson.
A vitória sem grandes contratempos serviu de alívio ao elenco, após as discussões que o treinador teve com Gustavo durante treino já em Pequim.
"Essas coisas fazem parte do passado. Mas não vamos ficar calmos. Esta equipe tem muita vontade de vencer. Não vamos ficar calmos nunca", afirmou o líbero Escadinha. "Entramos hoje [ontem] como se fosse uma final olímpica. É assim que o time tem que agir, independentemente do adversário."
Para Bernardinho, a vitória na estréia foi obrigação. A partir de agora, os desafios serão bem maiores, com uma seqüência de "finais", com partidas difíceis contra Sérvia, Rússia, Polônia e Alemanha.
"Não dá para dizer que a vitória [contra o Egito] recuperou o time em relação ao que foi questionado lá atrás", declarou o treinador, referindo-se às derrotas para EUA e Rússia, em casa, na fase final da Liga.
Para Bernardinho, a pressão sobre o time, que defende seu título nos Jogos, cresceu muito em relação a Atenas-04. "Não somos os favoritos, mas fortes candidatos [ao título]. Tem sete equipes que podem chegar. Mas a pressão existe. Esta equipe soube administrá-la no passado. Espero que isso se repita."
(ADALBERTO LEISTER FILHO)


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