São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2008

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Guerra Fria/EUA - Sérgio Dávila

O animador de torcida

EU IA falar de Kobe Bryant, a estrela de 29 anos e 1,98 m do Los Angeles Lakers que é o atleta mais bem pago de todos os que participam da Olimpíada (faturou 24,5 milhões em 2007, segundo a revista "Forbes"), foi batizado pelos pais com o nome de um corte de carne bovina japonesa, é tratado como semideus em Pequim e disse que mudará o sobrenome para Giovanni se o time de basquete dos EUA não levar ouro.
Mas a verdadeira estrela norte-americana dos jogos até agora é um ex-animador de torcida masculino ("male cheerleader", no linguajar local) da Phillips Academy de Andover, Massachusetts, ex-corredor de longa distância transformado em atleta de mountain bike por conta de um problema no joelho. Estou falando, é claro, de George Walker Bush, que virou presença ubíqua nos três primeiros dias dos Jogos.
Teve Bush cansado, estatelado na poltrona, se abanando com a bandeirinha dos EUA durante a cerimônia de abertura na sexta. Bush animado, se recusando a dar o tapinha na bunda de Misty May-Treanor para cumprir um ritual do vôlei de praia. Preferiu, em vez disso, golpear de leve as costas da jogadora com as costas de sua mão direita, no sábado.
Teve Bush vítima de trote, andando pelo estádio com uma falsa mão de giz pregada em sua camisa azul suada, cortesia da jogadora de softbol Laura Berg. Teve Bush freqüentador de igreja no domingo -ato mezzo-corajoso, mezzo-jogando para a torcida, pois ele foi ao templo oficial apontado pelo governo, e não a uma das milhares de "igrejas caseiras" proibidas, freqüentadas por mais de 100 milhões de chineses, como pediam os movimentos de direitos civis e religiosos.
Por fim, teve Bush filho e pai torcendo pelo time de Bryant, que não decepcionou a família real e fez 101 a 70 nos chineses. "Essa é uma Olimpíada pessoal para mim", disse ele. É também sua última como presidente.


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