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vôo de galinha
Brasil empaca e decepciona no Rio
Depois de bater Chile fora de casa, time não consegue criar contra o lanterna das eliminatórias e sai com empate frustrante
Aplaudida pela torcida carioca, que compareceu em pequeno número à partida no Engenhão, Bolívia festeja 0 a 0 como se fosse um título
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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Com Dunga ao fundo, Ronaldinho deixa o campo do Engenhão após ser substituído por Nilmar |
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
SÉRGIO RANGEL
SÉRGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Na seleção brasileira de Dunga, a regra é o futebol ruim, como ontem, no inacreditável
empate sem gols contra a frágil
Bolívia, no Engenhão.
O resultado manteve o time
nacional em segundo lugar nas
eliminatórias (poderia perder
um posto em caso de vitória da
Argentina contra o Peru, depois do fechamento desta edição). Mas também mostrou
que o brilhareco da vitória sobre o Chile por 3 a 0, no último
domingo, é uma exceção nos
dias atuais e que o emprego do
técnico segue em risco.
E, principalmente, manteve
a torcida nacional em rota de
colisão com o treinador, há
mais de dois anos no cargo.
Contra um rival que até então tinha uma derrota por 3 a 1,
diante do Equador, como melhor resultado nas eliminatórias em quatro jogos na condição de visitante, o Brasil não
conseguiu balançar as redes
mesmo jogando com um homem a mais por quase todo o
segundo tempo.
Os cariocas chamaram o técnico gaúcho de burro e, assim
como fizeram os mineiros no
empate contra a Argentina,
cantaram "adeus, Dunga".
O Brasil só criou chances
reais de gol nos acréscimos do
segundo tempo, quando o rival
estava exausto. Quase nada trabalhou o goleiro Arias. Até a
metade da etapa inicial, a Bolívia teve chances melhores.
Não demorou para o público,
ainda que pequeno, perder a
paciência. Aos 30min, vaias generalizadas. Aos 36min, ironia
com pedidos pelo atacante flamenguista Obina. Na saída para
o intervalo, palavrões.
O segundo tempo começou
da mesma forma modorrenta.
Então o juiz equatoriano Alfredo Intriago deu uma força para
o time de Dunga ao expulsar o
zagueiro Garcia após uma entrada forte em Robinho.
Mas a vantagem de um jogador a mais ainda não foi suficiente. O Brasil errava passes,
desde os mais básicos. Aos
16min, Dunga fez a primeira
mudança, colocando Júlio Baptista na vaga de Lucas -foi a
primeira vez na noite que ouviu
o coro de "burro".
Também sobrou para Ronaldinho. Quando deu lugar a Nilmar, aos 31min, ele também foi
vaiado e xingado.
Perto do final, mais ironia,
quando as raras incursões da
Bolívia eram aplaudidas e a troca de passes dos visitantes saudadas aos gritos de "olé".
O último protesto não teve
um só alvo. Os jogadores acabaram a partida ouvindo "time
sem vergonha". Os bolivianos,
que comemoraram o empate
como se fosse um título, saudaram a torcida após o jogo.
A seleção volta a jogar pelas
eliminatórias no próximo mês,
quando pega a Venezuela fora
de casa e recebe a Colômbia.
Os quatro melhores sul-americanos garantem vaga na Copa
de 2010. O quinto disputa uma
repescagem contra um rival da
Concacaf.
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