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Santos aposenta treino coletivo
Fora da zona da degola, Márcio Fernandes acha pouco produtivo o trabalho e opta por outras
práticas
"Tenho 35 jogadores e, se
realizo um coletivo, uso 22
atletas. E o que faço com o
resto do elenco?", pergunta
o treinador do time da Vila
RICARDO VIEL
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS
Muita coisa mudou no Santos desde o final do primeiro
turno. O comando técnico e o
esquema tático foram trocados.
O time deixou a zona do rebaixamento, e a torcida voltou a ficar em paz com o clube.
Uma outra alteração também foi percebida pelos atletas:
o fim dos treinos coletivos.
Desde que assumiu a equipe, há
um mês, o técnico Márcio Fernandes não fez nenhuma vez
um treinamento desse tipo.
Para o comandante santista,
o problema da equipe era de
posicionamento e não seria resolvido com coletivos. Sem os
tradicionais treinos, o elenco
tem se concentrado em finalizações, treinos físicos e táticos.
"Além disso, nosso elenco é
grande. Tenho 35 jogadores.
Realizo um coletivo, uso 22 jogadores. E o que faço com o resto?", pergunta o treinador, que
às vezes opta pelo "treino alemão" -três times, com 11 atletas em cada um, jogam em meio
campo dotado de três gols.
"Todos os técnicos com
quem eu trabalhei faziam [coletivo]. Para mim, tanto faz ter ou
não. O importante é que o trabalho está dando resultado",
avalia o volante Bida.
O zagueiro Fabiano Eller,
que diz também não gostar do
tradicional treinamento, apóia
a opção do treinador. "Normalmente o técnico só olha para o
time titular no coletivo. E o reserva fica desarrumado. Você
vê volante atuando no ataque,
jogadores improvisados."
A avaliação dos santistas é
que, sob o novo comando, a
equipe tem jogado de forma
simples. "Todo jogador sabe jogar no 4-4-2", diz Eller, que
considera que o elenco não estava preparado para executar o
esquema que o ex-treinador
-Cuca- tentou implementar.
Na base da conversa e com
um programa de computador,
Márcio Fernandes explica para
os atletas como quer o time jogando. O método fez efeito. O
time, que sofria em média 1,7
gol por partida antes de sua
chegada, passou a tomar menos
de um gol (0,6) por confronto.
"Os jogadores têm se concentrado e cumprido o que é combinado", costuma afirmar o
treinador, que tem como lema
mudar pouco a equipe.
Com Cuca, o time santista alternou esquemas táticos (3-5-2, 4-4-2 e 3-6-1). No domingo, o
ex-treinador do clube volta à
Vila, agora com o Fluminense.
Apesar de todas as mudanças
nas últimas semanas, um "ritual" será seguido pelo Santos
na véspera do jogo de domingo:
o popular rachão, que inclui a
presença de membros da comissão técnica, está mantido.
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