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"Em casa", Massa vira o nº 1 dos italianos
Brasileiro ganha simpatia em Monza e diz que GP da Itália é corrida especial
Pela primeira vez piloto da Ferrari chega à prova com chances de ser campeão da F-1 e já rouba as atenções
da imprensa e da torcida
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MONZA
Se já nutriam uma boa dose
de simpatia pelo brasileiro Felipe Massa, os italianos parecem ter adotado de vez o piloto
depois do GP da Bélgica de F-1,
no domingo passado.
A cinco etapas do encerramento do Mundial, o ferrarista
tem dois pontos a menos do
que Lewis Hamilton, o líder do
campeonato. Robert Kubica, da
BMW, e o outro piloto da Ferrari, Kimi Raikkonen, 18 e 19
pontos de desvantagem para
Hamilton, respectivamente, já
não dependem só de seus resultados para ficarem com o título.
Esta é, portanto, a primeira
vez que Massa chega a um GP
da Itália com uma possibilidade tão grande de ser campeão
-Monza receberá a 14ª etapa
da F-1 no domingo, às 9h.
Em 2006, seu primeiro ano
como piloto da escuderia italiana, o brasileiro nem sequer estava na disputa pelo título, restrita a seu companheiro, Michael Schumacher, e a Fernando Alonso, da Renault.
No ano passado, apesar de
ser o ferrarista mais bem colocado ao desembarcar em Monza, tinha apenas um ponto de
vantagem para Raikkonen. E,
na tabela, Massa ocupava o terceiro posto, com uma desvantagem de 15 pontos para o então líder, o mesmo Hamilton.
O "efeito Massa" já começou
a ser sentido e será testado de
vez a partir de hoje, quando os
pilotos dão as caras no autódromo italiano pela primeira vez, e
os "tifosi" têm a oportunidade
de visitar o circuito ainda sem
ter de pagar ingresso.
De acordo com os organizadores do GP da Itália, ainda há
entradas para a corrida de domingo, mas as vendas estão
melhores do que no ano passado. Segundo eles, há a expectativa de que o recorde de público
no Autódromo Nacional de
Monza, que é de 160.532 torcedores nos três dias de evento da
temporada de 2000, possa ser
quebrado neste ano.
É por esse motivo que Massa
deve ter um fim de semana bastante agitado, com uma série de
compromissos com patrocinadores e fãs. Hoje, foi convocado
pela Federação Internacional
de Automobilismo para a entrevista coletiva obrigatória.
A maratona já teve início ontem, quando Massa participou
de um "videochat" promovido
pela "Gazzetta dello Sport",
principal jornal esportivo da
Itália, que, desde domingo,
quando o ferrarista herdou a vitória de Hamilton em Spa-Francorchamps, encampou a
torcida por ele.
"Monza é uma das minhas
corridas em casa. É muito especial para mim e mais ainda para
a Ferrari", afirmou Massa, em
italiano fluente, mais um dos
motivos para torcedores e jornalistas gostarem do piloto brasileiro. Raikkonen, por exemplo, em seu segundo ano no time de Maranello, nunca fez
questão aprender a língua.
"Já ganhei campeonatos brasileiros, italianos e europeus.
Hoje tenho mais chances de lutar pelo título mundial, tenho
mais pontos e estou na disputa
como nunca estive antes", disse
o vice-líder do campeonato.
Sobre a manobra que causou
a punição a Hamilton no domingo passado, na Bélgica, o
brasileiro voltou a declarar que
o piloto da McLaren errou ao
cortar a chicane para ultrapassar Raikkonen.
"É verdade que ultrapassagens são a coisa mais legal das
corridas, mas existem ultrapassagens e ultrapassagens. Essa
foi uma em que a regra diz que o
Lewis levou vantagem", falou.
"Ele não podia ter sido um pouco mais paciente e esperado outra curva?", questionou.
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