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FUTEBOL
Com o esquema 4-4-2, equipe nacional abre mão de um zagueiro para comportar, possivelmente, uma revelação
Nova tática da seleção ajuda a nova safra
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Será que Kaká, Diego, Robinho
ou Gil podem encontrar espaço
no time titular da seleção brasileira na Copa de 2006? Com a ascensão do técnico Carlos Alberto Parreira e a volta ao esquema 4-4-2, a
resposta é teoricamente positiva.
O ex-treinador corintiano, que
foi campeão mundial nos EUA
em 1994 com a mais comum formação tática do país (quatro zagueiros, quatro meio-campistas e
dois atacantes), aposentou o 3-5-2
que funcionou com Luiz Felipe
Scolari apostando especialmente
no talento da atual geração.
""Prefiro a linha de quatro homens atrás, que é tradicional do
futebol brasileiro. Com um zagueiro a menos, podemos ganhar
um homem na armação", disse
Parreira logo que assumiu o time
nacional, explicando a grande razão para mexer no esquema do time que ganhou a Copa de 2002.
Com os laterais compondo o setor defensivo, e não mais o meio-campo, Parreira pode dar chance
ao são-paulino Kaká, que em sua
opinião é o melhor jogador em
atividade no Brasil, a um dos talentosos ""meninos da Vila" ou
ainda ao corintiano Gil, que funciona bem no 4-4-2 e no 4-3-3.
O Corinthians obteve sucesso
na temporada passada atuando
com três atacantes, algo que poderá ser experimentado também
na seleção a partir de agora.
A equipe do Parque São Jorge,
assim como o São Paulo, melhor
time da fase de classificação do
Brasileiro, e o Santos, o campeão
do torneio, atuam com uma linha
de quatro jogadores na defesa.
As principais revelações do futebol brasileiro nos últimos meses, portanto, ganharam espaço
jogando no 4-4-2 -quando Scolari ganhou a Copa, o campeão
brasileiro era o Atlético-PR, que
venceu com o esquema 3-5-2.
Se a nova safra do futebol brasileiro tem suas chances aumentadas com o novo esquema da seleção, outras peças terão que se
adaptar à nova situação.
Cafu e Roberto Carlos, que certamente seguirão com grande
prestígio na equipe nacional, terão mais responsabilidade defensiva, mas a cobertura dos volantes
(deverão ser pelo menos dois)
permitiria o apoio de ambos ao
ataque (era o esquema em 1994).
A disputa por um lugar na zaga
obviamente cresce com a perda
de uma vaga no setor. O gremista
Anderson Polga e o ex-palmeirense Roque Júnior, dois dos preferidos de Scolari, são alguns dos
zagueiros que podem ser mais sacrificados com o novo esquema.
Belletti e Júnior, laterais de muita velocidade que foram reservas
na Copa-02, terão mais dificuldade para permanecer na seleção.
Os corintianos Rogério e Kléber,
bons no toque de bola e bem acostumados com o 4-4-2, provavelmente ganharão oportunidades.
Para a função de armador, Parreira tem várias e boas opções. No
primeiro semestre, o treinador se
encantou com o futebol de Ricardinho. O são-paulino teria condição de desempenhar de melhor
forma o papel de Zinho em 1994
-o presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, tentando convencer Parreira a assumir o cargo, teria usado o argumento de que a geração
atual é melhor que a do tetra.
Para o ataque, seja com dois ou
três homens (a princípio, deverão
ser dois), a idéia é repetir o modelo Romário. ""A qualidade do jogador brasileiro é que vai decidir", disse Parreira, que já descartou o ""Baixinho" por sua idade.
A maior disputa na seleção deve
ocorrer no lado esquerdo. Denílson, Robinho e Gil são concorrentes no setor ofensivo. Rivaldo e
Ricardinho, dois nomes que certamente estarão nas listas de convocados, são canhotos.
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