São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 2003

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AS MINEIRAS

Muitas cidades, poucos times

DA REPORTAGEM LOCAL

As ruínas do antigo estádio Maria Cristina, na cidade mineira de Betim, ainda trazem lembranças à tona. Naquele espaço, Raimundo Nogueira guardava a lateral esquerda do Vera Cruz FC, equipe que disputou a terceira divisão do futebol mineiro há 30 anos.
"Times que hoje jogam a primeira divisão, como o Ipatinga, tinham que suar muito para ganhar da gente aqui", lembra o ex-jogador, hoje com 58 anos.
Desde então, a cidade nunca mais voltou a disputar uma competição oficial de futebol.
A situação de Betim, contudo, não é rara nas Minas Gerais. O Estado brasileiro com maior número de municípios (853) registrou em 2002 apenas 27 cidades em suas divisões profissionais.
"Aqui o problema é dinheiro. Na minha época, não era preciso pagar atletas", contou Nogueira.
O campo do Vera Cruz acabou na mão de uma construtora, que deveria viabilizar um conjunto habitacional no local. As obras, porém, até hoje não saíram do papel, e o estádio Maria Cristina virou apenas um terreno baldio.
"Quem passa e vê aquelas ruínas nem sequer imagina que já disputamos boas partidas lá."
O cenário é o mesmo em outras localidades. Ouro Preto, por exemplo, conta com uma tradicional liga de futebol amador -foi fundada em 1948-, mas, com campos sem infra-estrutura, nunca teve um time profissional.
"Temos um grande campeonato amador, que revela bons jogadores. Mas eles acabam indo para as capitais, já que nossa estrutura ainda é precária para o futebol", disse Luis Henrique Moutinho, diretor de Educação Comunitária de Ouro Preto. (PC E GR)


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