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AS MINEIRAS
Muitas cidades, poucos times
DA REPORTAGEM LOCAL
As ruínas do antigo estádio Maria Cristina, na cidade mineira de
Betim, ainda trazem lembranças à
tona. Naquele espaço, Raimundo
Nogueira guardava a lateral esquerda do Vera Cruz FC, equipe
que disputou a terceira divisão do
futebol mineiro há 30 anos.
"Times que hoje jogam a primeira divisão, como o Ipatinga,
tinham que suar muito para ganhar da gente aqui", lembra o ex-jogador, hoje com 58 anos.
Desde então, a cidade nunca
mais voltou a disputar uma competição oficial de futebol.
A situação de Betim, contudo,
não é rara nas Minas Gerais. O Estado brasileiro com maior número de municípios (853) registrou
em 2002 apenas 27 cidades em
suas divisões profissionais.
"Aqui o problema é dinheiro.
Na minha época, não era preciso
pagar atletas", contou Nogueira.
O campo do Vera Cruz acabou
na mão de uma construtora, que
deveria viabilizar um conjunto
habitacional no local. As obras,
porém, até hoje não saíram do papel, e o estádio Maria Cristina virou apenas um terreno baldio.
"Quem passa e vê aquelas ruínas nem sequer imagina que já
disputamos boas partidas lá."
O cenário é o mesmo em outras
localidades. Ouro Preto, por
exemplo, conta com uma tradicional liga de futebol amador
-foi fundada em 1948-, mas,
com campos sem infra-estrutura,
nunca teve um time profissional.
"Temos um grande campeonato amador, que revela bons jogadores. Mas eles acabam indo para
as capitais, já que nossa estrutura
ainda é precária para o futebol",
disse Luis Henrique Moutinho,
diretor de Educação Comunitária
de Ouro Preto.
(PC E GR)
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