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FUTEBOL
O recorde de Parreira e Zagallo
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Nunca a seleção brasileira
teve uma comissão técnica
tão experiente em Mundiais como a que foi montada agora.
Somando o currículo dos membros da nova comissão da equipe
pentacampeã, chega-se à incrível
marca de 26 Copas disputadas
-só levando em conta os Mundiais em que tais profissionais
disputaram o título, pois Carlos
Alberto Parreira e Zagallo já trabalharam em Copas sem lutar pela taça, como observador da Fifa
ou mesmo comentarista de TV.
Os ""novos" técnico e coordenador da seleção brasileira carregam seis Mundiais em suas costas. Confirmados para 2006, deverão igualar a impressionante
marca dos lendários massagistas
Mário Américo e Nocaute Jack,
que trabalharam em nada menos
que sete Copas.
Américo estreou ainda no Mundial de 1950, no Brasil, atravessou
o tricampeonato e a era Pelé e
passou o bastão para Jack, que foi
do tri até o tetra com Parreira.
Zagallo ganhou quatro títulos,
mas só em 2006 poderá alcançar
os simpáticos massagistas em
"defender a amarelinha" em Copas -Américo pegou até a época
do uniforme branco.
Parreira, que pode igualar Vittorio Pozzo e ser o técnico com
mais títulos da Copa, já dirigiu
Kuait, Emirados Árabes Unidos e
Arábia Saudita. Deverá empatar
com Bora Milutinovic em número de Mundiais disputados como
treinador, mas o sérvio nunca
guiou duas vezes o mesmo país.
O técnico do tri e o técnico do tetra (pela primeira vez uma dupla
de treinadores campeões mundiais pode dirigir um time em
uma Copa) estão empatados ainda em número de Copas com brasileiros de bem menos fama, como
o cozinheiro Mário Vieira Rocha
(1970, 74, 78, 82, 86 e 90).
Outro Américo vai também escrevendo seu nome no mais importante torneio de futebol. O supervisor Américo Faria, sem fazer
alarde, esteve com Luiz Felipe
Scolari em 2002, com Zagallo em
1998, com Parreira em 1994 e até
com Sebastião Lazaroni em 1990.
Em 2006, ele deverá igualar o número de Copas do médico Lídio
Toledo (1974, 78, 90, 94 e 98).
O preparador físico Moraci
Sant'Anna é bastante lembrado
pelo tetra em 1994, mas pouca
gente lembra que ele integrou a
delegação nacional nas Copas de
1982 e 86 com Telê Santana.
O preparador físico Paulo Paixão e o treinador de goleiros
Wendell Ramalho, ""novatos" em
Copas para os padrões atuais da
comissão técnica da seleção brasileira, estiveram na França em
1998 e na Ásia no ano passado.
O médico José Luiz Runco, o fisioterapeuta Luiz Alberto Rosan e
o assessor de imprensa Rodrigo
Paiva estão ""apenas começando'",
mas deverão defender o título obtido pela ""Família Scolari" daqui
a três anos na Alemanha.
Sem contar Ênio Farias, o coordenador-assistente das categorias
de base (a coluna não contou Ricardo Gomes, técnico da seleção
olímpica que jogou a Copa de
1990 e que, por uma contusão, foi
cortado do Mundial de 94), só o
assistente técnico Jairo Lopes Leal
não foi campeão mundial no grupo montado por Ricardo Teixeira
(se tivesse contado as quatro Copas desse, seriam 30 Mundiais).
Quando Luxemburgo assumiu
a seleção, esta coluna destacou
seu pífio currículo internacional.
Quando Felipão foi chamado,
apontou para sua competitividade e o título em 2002. Quanto a
Parreira, resumo: fazer história.
Modesto
Teve grande repercussão um texto no site da Fifa sobre a ida de
Parreira para a seleção em que o adjetivo modesto foi associado ao
Corinthians. Inocente, a Fifa está respondendo aos protestos de alguns torcedores (li uma resposta). Primeiro, o texto é da Reuters,
respeitável agência de notícias. Depois, a instituição Corinthians
não foi chamada de modesta. O jornalista que escreveu o texto disse que o time do Corinthians que Parreira dirigiu no ano passado
era modesto. Não concordo com tal opinião, mas também não
concordo com os que estão fazendo terrorismo sobre o caso.
Vencedor
Luiz Felipe Scolari, com a ajuda do voto desta coluna, foi eleito o
melhor técnico de seleção de 2002 pela IFFHS batendo o recorde de
pontos (286) da história dessa votação. Já Ronaldo fechou o ano
em 4º lugar na lista dos goleadores internacionais do ano (12 gols,
dois a menos que Van Nistelrooy). Collina foi o melhor árbitro.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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