São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2011 |
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TOSTÃO É difícil parar
O FUTEBOL brasileiro está cada dia mais tumultuado. É o futebol guerreiro, que lembra guerra, que lembra violência. No inconsciente, mistura-se tudo. O jogador, sem pensar, no impulso, influenciado pelo ruído vigente, dá um pontapé. Hernanes é o novo guerreiro. Na Copa do Mundo, foi Felipe Melo. No Sul-Americano sub-20, o zagueiro Juan. Foram expulsos e o Brasil perdeu as três partidas, para França, Holanda e Argentina. Contra a França, gostei da marcação por pressão quando o Brasil tinha 11 jogadores. Mas não gostei do posicionamento de Hernanes, muito recuado, pela esquerda, quase encostado à linha lateral, fora de suas características. Todos os jogadores do meio para a frente atuaram mal. Na coluna anterior, escrevi que Robinho não é, não foi nem nunca será um fora de série. Na seleção, nunca esperei, e nem espero, que ele seja protagonista. É um ótimo coadjuvante, como é no Milan, de Ibrahimovic. Prefiro Robinho na seleção a tantos convocados por Mano Menezes e Dunga. A lista é enorme. A última tem Hulk, Jadson, Renato Augusto, Elias, Hernanes, Anderson e André. Todos são bons, porém comuns. Pior, não há outros muito superiores. Se Kaká (ou, quem sabe, Ronaldinho) voltar a ser excepcional, o que não tenho certeza, e se Ganso e Neymar se tornarem craques da seleção, o que ainda não são, Robinho terá de ir para a reserva. Falta ainda descobrir um ótimo centroavante. Pato continua irregular e confuso. Fazer excelentes partidas contra fracas equipes não é suficiente para dizer que Fred é a solução. Poderá ser. Precisamos perder o hábito de endeusar, por causa de um ótimo momento, e de descartar, por algumas más partidas. Argentina e Portugal fizeram um excelente jogo. Enquanto os jovens Cristiano Ronaldo e Messi estão na fase de esplendor técnico e físico, Ronaldo, outro fenômeno, é muito criticado por não saber parar. A maioria absoluta dos atletas não sabe nem se prepara para outra atividade, mesmo as relacionadas ao futebol. É muito difícil para um atleta, principalmente para os famosos, reconhecer a decadência, técnica e física, além de viver sem os altíssimos salários, os aplausos, a tietagem e o olhar de admiração e aprovação do outro. O ser humano, famoso ou não, adora receber elogios, mesmo por fazer pequenas coisas. Sente-se importante. Pensa ainda que tem uma grande missão a cumprir na vida. Não percebe nem aceita sua insignificância. Texto Anterior: Palmeiras vence com as velhas falhas Próximo Texto: Maratona ameaça time de Ney Franco Índice | Comunicar Erros |
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