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São Paulo e Palmeiras se esvaziam nas bases
Dos 22 prováveis titulares, só Rogério, Hernanes e Marcos saíram dos juniores
Enquanto Muricy lança mas não vê geração vingar, Luxemburgo afirma que urgências do time principal o impedem de avaliar jovens
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando entrarem em campo
hoje, São Paulo e Palmeiras estarão unidos por uma mesma
realidade: no momento atual,
são equipes bem mais contratantes do que reveladoras (e
mantenedoras) de talentos.
No São Paulo, que ostenta no
CT de Cotia uma estrutura de
categoria de base de primeira
linha -verdadeiro orgulho de
seu presidente, Juvenal Juvêncio-, só o goleiro Rogério e o
volante Hernanes são produtos
de sua base vistos com regularidade na equipe tricolor.
No banco, o zagueiro Aislan,
destaque da Copa São Paulo de
Juniores, está relacionado. Mas
sabe que seu espaço deve acabar em agosto, quando o time
poderá estrear o recém-contratado Rodrigo, ex-Flamengo, e o
futuro reforço Anderson, cujo
empréstimo é negociado pelo
clube do Morumbi com o Lyon.
Do lado do Palmeiras, o seu
único "filho" que estará em
campo hoje é o goleiro Marcos,
34, no clube desde 1992.
Titular da zaga, David, 21, faria companhia ao arqueiro se
não estivesse tratando de uma
contusão no joelho direito.
No banco, o goleiro Bruno,
que ainda não estreou no profissional, é nome certo. Outra
cria do Parque Antarctica que
pode aparecer é o zagueiro
Maurício, 19, que chegou a
atuar como titular em algumas
partidas do Paulista.
Tanto Muricy Ramalho
quanto Vanderlei Luxemburgo
são técnicos que gostam de
acompanhar de perto as categorias de base. O são-paulino
freqüentemente convida juniores para treinar com os mais experientes, enquanto o palmeirense faz questão de coordenar
todas as categorias.
Luxemburgo justifica o pouco uso de sua base com a necessidade de organizar antes a estrutura do futebol profissional,
que ele reassumiu no começo
do ano. Assim, segundo ele, restou pouco tempo para conhecer as revelações da casa.
"Só puxei alguns jogadores
para treinar com o time principal, dei algumas orientações,
mas ainda não comecei o trabalho", afirma o treinador, que,
em seu período no Santos,
orientava até os procuradores
com quem os meninos da Vila
Belmiro deveriam assinar.
Já Muricy chega até a ir para
a defensiva quando é lembrado
que o São Paulo está trazendo
três jogadores para atuar a partir de agosto (o terceiro é o atacante André Lima) sem que a
base demonstre algum poder
para reforçar o elenco.
"Eu sei aonde você quer chegar. Mas é preciso que se lembre que eu lancei cerca de 15
atletas aqui", responde o treinador, enumerando Rafael,
Sergio Mota, Jackson, Wellington, Aislan, Alex Kazumba e
outros que não estão mais no
clube, como o zagueiro Breno,
titular vendido em 2007 ao Bayern de Munique.
De fato, Muricy tem insistido
bastante com a atual nova geração são-paulina. Mas não se satisfez inteiramente com o material à disposição. Tem especial predileção pelo meio-campo Jean, mas acredita ser precipitado efetivá-lo agora. "Não
podemos queimar esses jogadores", declara.
Nos bastidores do São Paulo,
o treinador sofre alguma pressão de parte da diretoria, que
quer ver novos jogadores sendo
revelados para o mercado. Por
ora, somente o volante Hernanes, que realizou sua estréia no
São Paulo em 2005, desperta
cobiça, sendo pretendido pelo
Barcelona.0
(MÁRVIO DOS ANJOS E
RENAN CACIOLI)
NA TV - São Paulo x Palmeiras
Band (menos Rio) e Globo (para
SP), ao vivo, às 16h
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