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FUTEBOL
Time ficou quase 23 anos sem títulos, mas ganhava mais pontos, enchia estádios e levava a melhor sobre o Palmeiras
Há 25 anos acabou "doce" jejum corintiano
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Foram quase 23 anos de muitos
pontos conquistados, poucas derrotas, estádios lotados, jogadores
servindo o Brasil em Copas e vantagem, ainda que pequena, sobre
o mais tradicional adversário.
Por incrível que isso possa parecer, o cenário descrito no parágrafo acima foi vivido pelo Corinthians durante o mais famoso jejum de títulos da história do futebol brasileiro, que hoje, quando o
time pega o Gama pelo Campeonato Brasileiro-2002, comemora
o 25º aniversário de seu final.
Quando venceu a Ponte Preta,
por 1 a 0, com o famoso gol de Basílio, na noite do dia 13 de outubro
de 1977, o clube deixou para trás
não só a "seca" de troféus, mas
também estatísticas que não conseguiu repetir nos últimos 25
anos, quando conquistou quase
metade de todos os seus títulos.
Se não ganhava campeonatos, o
Corinthians do tabu não dava vexames como na atual fase vitoriosa, quando, por exemplo, foi o penúltimo colocado do módulo
principal do Brasileiro-2000.
No Nacional e no Paulista, as
duas grandes competições dos
anos do tabu, a equipe teve um
aproveitamento global mais eficiente do que após o fim do jejum.
O que acontecia era que, como
nos casos de Lusa e São Caetano,
o Corinthians vivia "morrendo"
na praia. Entre 1955 e 1976, o time
ganhou 63% dos pontos que disputou no Estadual. Depois disso,
levou para casa 60% dos pontos.
Já no Brasileiro, teve uma performance positiva de 55% na época do jejum. Depois, mesmo contabilizando três títulos do certame, essa marca caiu para 52%.
Antes da criação do Brasileiro, o
Corinthians já tinha ótimo aproveitamento na competição mais
importante da época no país. Nas
quatro edições do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Nacional
disputado no final da década de
60, o clube ganhou 60% dos pontos disputados e chegou duas vezes entre os quatro primeiros.
Como comparação, o Santos registrou um aproveitamento geral
de 50% no "Robertão".
"Com a fama da fila, o time do
Corinthians tinha de demonstrar
muita vontade. Depois da conquista de 77, a responsabilidade
diminuiu", afirma o ex-atacante
Geraldão, um dos heróis de 1977
que conheceu o time nas fases
perdedora e vencedora.
Se sofria com a falta de títulos, a
torcida corintiana tinha, para atenuar o sofrimento, um prazer que
não conseguiu mais depois do 13
de outubro de 1977.
Durante o tabu, o time venceu
mais jogos (31) do que perdeu
(30) para o Palmeiras. Isso numa
época em que o clube do Parque
Antarctica teve alguns dos maiores esquadrões da sua história.
Depois que os títulos começaram
a chegar em grande número, o
Corinthians ficou atrás do grande
rival no confronto direto (31 x 36).
Para comemorar os 25 anos do
fim do tabu, o clube promove
uma série de eventos. Hoje, por
exemplo, acontece no Parque São
Jorge uma partida com os jogadores de Corinthians e Ponte Preta
que estiveram na decisão de 1977.
Colaborou Diogo Pinheiro,
da Reportagem Local
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