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FUTEBOL
Com resultados pífios e ameaça de rebaixamento, time aposta no bom retrospecto no estádio e na volta da torcida
Corinthians apela para "efeito Pacaembu"
MARCUS VINICIUS MARINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se depender do estádio, o Corinthians, que enfrenta hoje a Portuguesa Santista, às 16h, tem boa
chance de escapar do descenso: o
Pacaembu tem visto um ótimo
desempenho do time no Paulista.
Embora tenha atuado muito
mal fora do estádio -ganhou só
11% dos pontos disputados- no
Paulista-04, o Corinthians venceu
os dois jogos que disputou no Pacaembu, contra Rio Branco e Juventus. Do torneio de 1996 para
cá, o time fez 26 jogos, com 18 vitórias e duas derrotas no estádio.
Em um cenário em que um
eventual tropeço contra o adversário pode representar o primeiro
rebaixamento do time desde que
começou a disputar o Paulista, em
1913, o Corinthians aposta na torcida. Embora tenha a maior delas
do Estado, tem a menor média de
público entre os quatro grandes
paulistas: 5.677 pagantes, contra
os 8.268 palmeirenses ou 10.727
são-paulinos no Paulista-04.
A equipe contava com o barateamento dos ingressos, tentado
pela diretoria com a Federação
Paulista de Futebol, mas ele foi
negado. "Espero que o estádio encha, mesmo que xinguem a gente", disse o volante Rincón.
O clube passou a se apoiar em
promoções para esgotar os cerca
de 23 mil ingressos postos à venda: a Pepsi bancou 2.500, enquanto organizadas como a Gaviões da
Fiel e a Camisa 12 compraram
quase 4.000 bilhetes por R$ 20 e os
revenderam a R$ 10.
Mas ontem a equipe fugiu da fúria de torcedores, cujas visitas aos
treinos têm acabado em tumultos. Embora tenha treinado a semana inteira no CT do Parque
Ecológico, aberto à torcida, o clube mudou na última hora o treino
para o CT de Itaquera, com maior
segurança e entrada restrita.
Na quinta-feira, torcedores da
organizada Pavilhão Nove discutiram com o meia Renato, que
deixava o treino, e invadiram uma
área restrita do CT do Parque
Ecológico. No dia seguinte, integrantes da Camisa 12 provocaram
o goleiro Fábio Costa, que bateu
boca com os torcedores.
Ainda assim, ontem, cerca de 70
integrantes das torcidas Coringão
Chopp, Gaviões da Fiel e Estopim
da Fiel acompanharam o treino
na cerca. Após 40 minutos fora do
CT, a entrada dos torcedores foi
liberada. Não houve tumulto.
Enquanto via o treino, até a torcida pareceu entender que a principal arma da frágil equipe corintiana hoje não será nenhum dos
atletas do clube: "A, e, i, o, u... o todo-poderoso não perde no Pacaembu", gritaram os torcedores.
"Se a torcida vier aqui para nos
apoiar, como hoje, e não para
provocar, como aconteceu antes,
aí fica tudo bem", disse Rogério.
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