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FUTEBOL
Recuperando a forma
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Viva a Copa dos Campeões!
Sem querer virar de vez a
página da Copa do Mundo, mas
já deixando o assunto meio para
trás, a bola da vez é o principal
torneio interclubes do planeta.
Enxugaram a nobre competição. Verdade seja dita, o G-14,
grupo que reúne os mais poderosos times europeus, não aprovou
a modificação, obviamente por
razões financeiras -quatro ou
seis jogos a mais podem dar mais
"canseira" aos atletas, mas garantem uma grana maior da TV.
A amputação da segunda fase
com grupos, porém, deve agradar
bastante a quem mais interessa: o
público. Desde que a Copa dos
Campeões foi inchada, o torneio
ficou meio besta no começo, com
algumas partidas de interesse menor (devido à qualidade pequena
de alguns participantes e mais especialmente ao seu sistema de
disputa, bem cansativo).
Os mata-matas foram ligeiramente ampliados, o que garante
mais jogos decisivos (atraentes).
Franz Beckenbauer foi a primeira e a mais influente voz na
luta para diminuir a Copa dos
Campeões. Não porque é manda-chuva de um dos principais clubes
do continente, o Bayern de Munique (membro do G-14, aliás), mas
porque simplesmente gosta muito
de futebol e sabe bem como funciona esse negócio hoje.
Se os clubes europeus podem lucrar menos agora -tudo aponta
para isso-, vão gastar menos
também, cortando despesas com
salários em quase 20%, partindo
para trocas de atletas (não compras vultosas) etc.
Mesmo potências européias do
futebol vivem nos últimos meses
momentos difíceis, com dívidas e
quedas acentuadas de suas ações
nas Bolsas. Não é só a Fiorentina,
que está sendo impedida de falir
devido a um pool formado por
Milan, Inter e Juventus, mas Lazio, Roma, Barcelona, Manchester United, Borussia Dortmund e
mais uma série de gigantes terão
de aderir a uma nova realidade.
Pelo menos a audiência da Copa dos Campeões, com esse novo
formato, certamente aumentará.
Curioso é ver como os calendários na Europa e na América do
Sul foram tratados após a Copa.
Os dois continentes acertadamente partiram para a redução de
partidas e para a preservação de
seus atletas e clubes, mas na nossa
região a ordem foi estrangular os
torneios internacionais.
A Conmebol já criou muita disputa sem sentido, mas tem oferecido boas opções para uma versão
da Copa da Uefa (a Mercosul foi
uma boa idéia que poderia ser
melhorada com uma fusão com a
Merconorte e a transformação
em Copa Pan-Americana). Não
deverá haver, no entanto, torneio
continental na América do Sul no
segundo semestre.
Mais pela manutenção do monopólio de uma emissora de TV
do que por qualquer outra coisa,
perdem os principais clubes do
continente, que ficam sem os bons
prêmios dos torneios da Conmebol e sem o dinheiro de outros canais, e perdem os atletas do país,
que ficam sem a chance de uma
boa exposição internacional.
Em contrapartida, o Brasil
apostou em sua Copa dos Campeões, uma tolice dentro do calendário nacional, que foi inchada a
ponto de começar na sequência
da Copa do Mundo e de atrapalhar as finais da Libertadores.
A Copa dos Campeões autêntica (mesmo com não-campeões), a
da Europa, ficou ótima após a "lipo". A homônima brasileira, em
spa no Nordeste, poderia sumir.
Supercopas e novos times
Juventus e Parma decidem a Supercopa da Itália na Líbia no dia 25
de agosto (a família Gadhafi tem ações da Juventus). Será a segunda vez que a disputa será fora da Europa (em 93, o Milan bateu o
Torino em Washington). Já no dia 30 de agosto, Real Madrid e Feyenoord jogam a Supercopa da Europa em Mônaco. Outra novidade será Cazaquistão, que passa a jogar mesmo no velho continente.
O Zhanis Astana disputará a Copa dos Campeões.
Nacionais
Só no dia 1º de setembro começa a festa na Itália e Espanha. O Espanhol larga na frente, com Barcelona x Atlético de Madrid, de volta à elite. O Inglês deve ter três semanas de descanso em janeiro.
Velhos craques
Gullit, Van Basten e Rijkaard deverão pagar 1.500 euros cada um
por evasão de divisas na época em que atuavam no Milan.
E-mail
rbueno@folhasp.com.br
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