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"Manos" de Mano são contra acordo até 2010
Conselheiros insatisfeitos querem barrar renovação de técnico ao final do ano
Membros do Cori dizem que Corinthians irá se endividar ainda mais caso costure um acordo longo e depois tenha que demitir treinador gaúcho
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Corinthians,
Andres Sanchez, vai sofrer resistência dentro do próprio clube para renovar o contrato do
técnico Mano Menezes.
Membros do Cori (Conselho
de Orientação) querem impedir a ampliação do acordo com
o treinador, que vai até o final
deste ano. A idéia da diretoria é
estender o vínculo até 2010,
ano do centenário de fundação
do clube do Parque São Jorge.
O problema, alegam conselheiros, é que o atual mandato
de Andres termina em janeiro
de 2009 e, dizem, ele não pode
estabelecer compromisso com
Mano sem ter a garantia de que
será reeleito para o cargo.
O assunto será abordado na
reunião do órgão, que não tem
poder para vetar a decisão do
presidente, na próxima semana. Mas os membros do Cori
contam que podem levar a
questão para ser debatida no
Conselho Deliberativo.
Parte dos conselheiros do
clube está insatisfeita com o desempenho de Mano Menezes.
Consideram o treinador "retranqueiro" e sem criatividade.
Citam especialmente a decisão da Copa do Brasil, contra o
Sport, em que o time ficou
acuado durante todo o tempo e
acabou derrotado por 2 a 0 no
jogo final, em Recife, o que lhe
custou o título da competição.
Anteontem, após o empate
em 1 a 1 contra o Avaí, o treinador voltou a receber críticas
dos conselheiros por ter recuado o time, substituído o meia
Douglas por Eduardo Ramos e
sofrido o empate nos minutos
finais da partida.
Os descontentes com o trabalho de Mano alegam que o
técnico recebe um alto salário
(R$ 230 mil mensais) e não tem
conseguido fazer o time atuar
de maneira convincente.
Um outro temor é que o contrato de Mano seja renovado e
uma nova diretoria não queira
mais o técnico. Nesse caso, o
clube poderia sofrer novo prejuízo financeiro, como nos casos de Passarella e Leão.
O treinador argentino, demitido em 2005, recebe parcelas
mensais de uma indenização
que totaliza R$ 1,98 milhão. E
Leão, mandado embora no ano
passado, fez acordo para ganhar R$ 860 mil -os valores
são apontados pelo Corinthians no balancete de junho.
O Cori também vai exigir explicações da diretoria sobre a
campanha de marketing "Sou
Mano do Mano", lançada na semana passada e que tem como
personagem o técnico gaúcho.
Os conselheiros querem saber
quanto receberá o treinador
com a venda de camisetas relacionadas ao tema.
A diretoria alega ter idealizado a campanha como forma de
convencer Mano a aceitar uma
renovação de contrato, mostrando como o treinador é popular com a torcida corintiana.
O técnico, no entanto, não
tem tanta intimidade assim
com os torcedores.
Desde que chegou ao clube,
no fim do ano passado, evita um
contato mais estreito com
membros de organizadas, acostumados a se reunir com treinadores para discutir assuntos
relacionados ao time.
Mano já reclamou publicamente da liberdade que torcedores costumam ter no Parque
São Jorge, como o acesso às dependências do clube para protestar durante treinos.
Colaborou Ricardo Perrone , do Painel FC
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