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Vitória hoje do invicto São Paulo pode decretar mudança de comando no Corinthians
Mão-de-ferro de Cuca põe à prova fraqueza de Juninho
EDUARDO ARRUDA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
No Morumbi, atualmente, é Cuca quem dá as cartas. No Parque
São Jorge, Juninho se limita a distribuir as camisas. No clássico de
hoje, às 16h, pelo Paulista, o são-paulino tentará manter sua invencibilidade de cinco jogos enquanto o corintiano lutará para salvar a
pele e ganhar sobrevida no cargo.
A situação em que os treinadores disputarão o clássico reflete o
tratamento dispensado a eles pelos dirigentes dos dois clubes.
No São Paulo, Cuca, cujo time é
o líder do Grupo 1 com dez pontos, já contava -antes de chegar
ao clube- com seis reforços, a
maioria escolhida em conjunto
com a diretoria. Quatro deles -
Fabão, Danilo, Grafite e Marquinhos-, inclusive, já haviam trabalhado com ele.
O comandante são-paulino
também ganhou carta branca na
questão disciplinar. Em sua primeira semana de trabalho, criou
uma cartilha de comportamento,
impôs toque de recolher aos atletas e recebeu poderes para punir
quem saísse da linha.
"Ele tem autonomia. Temos
confiança total nele. É um homem
muito sereno e trabalhador", elogia o diretor de futebol são-paulino, Juvenal Juvêncio.
O poder oferecido a Cuca pelo
São Paulo jamais foi experimentado por Juninho no Corinthians,
que ocupa a modesta sexta colocação (apenas os quatro primeiros de cada grupo passam à segunda fase do Estadual) e tem só
cinco pontos em quatro jogos.
Alçado ao cargo por influência
do vice-presidente de futebol
amador do clube, Nesi Curi, o ex-zagueiro corintiano Juninho chegou como opção barata para cobrir a saída repentina de Júnior,
que pediu demissão após derrota
para o próprio São Paulo pelo
Brasileiro-03. Sua permanência
foi bancada pelo diretor técnico
Roberto Rivellino.
Juninho, porém, não teve peso
no processo de contratação de reforços e jamais foi unanimidade
no Parque São Jorge.
As invenções táticas do técnico,
como o esquema com três atacantes sem a presença de um meia, e
o mau futebol apresentado pelo
time o deixaram na corda bamba.
A ponto de o treinador aceitar
continuar no emprego com a interferência pública de Rivellino.
"É normal essa pressão depois
de uma derrota. O futebol me ensinou a tratar isso com normalidade. Eles são meus chefes e têm
direito de dar a opinião deles", diz
Juninho, em tom conformado.
"Não queria ser o foco do jogo,
mas espero levar vida normal a
partir de terça-feira."
O colega Cuca não pensa assim.
"Se você é uma pessoa bem paga,
eles [dirigentes] têm de ter confiança em seu trabalho. Se não, é
melhor ir embora do que ter alguém interferindo em seu trabalho", acredita o são-paulino.
Sob o comando de Cuca, os jogadores dizem estar vivendo situação confortável. "Nada melhor
do que trabalhar num ambiente
em que se tem confiança", afirma
o volante Fábio Simplício.
Já os corintianos tentam tirar o
peso da pressão sobre Juninho de
suas costas. "Pode ser que a gente
ganhe e o Juninho seja demitido.
Não podemos entrar em campo
para jogar pelo treinador. Temos
de vencer pelo clube", declara o
goleiro Fábio Costa.
NA TV - Sportv, ao vivo, a
partir das 16h
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