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BASQUETE
Com maior artilharia da história olímpica, time derruba fantasma asiático
Seleção feminina estraçalha recordes diante de japonesas
DO ENVIADO A ATENAS
A seleção feminina de basquete
obteve dois feitos ontem, ao bater
o Japão por 128 a 62, na estréia da
equipe nos Jogos de Atenas.
Em primeiro lugar, exorcizou a
temida "escola asiática", responsável por alguns dos últimos vexames do time nacional.
Além disso, atingiu dois recordes no basquete olímpico: a melhor artilharia em um jogo e a
maior vantagem de pontos em
uma partida do torneio.
No primeiro caso, superou a vitória da ex-URSS sobre a Bulgária
nos Jogos de Moscou-80. As soviéticas fizeram 122 a 80 nas rivais.
No mesmo ano, as anfitriãs cravaram 66 pontos de vantagem sobre
a Itália (119 a 53), marca igualada
ontem pelo Brasil.
Porém aquela edição dos Jogos
sofreu o boicote de cerca de 50
países, enfraquecendo o evento.
"Meu planejamento era de o time fazer entre 80 e 90 pontos e levar entre 65 e 70. Foi melhor do
que o esperado", disse o técnico
Antonio Carlos Barbosa, que temia o jogo rápido das japonesas.
"É uma marca importante, mas
temos que pensar em cada partida separadamente. Nossa próxima preocupação é a Grécia",
completou ele, referindo-se ao
adversário de amanhã.
Nos últimos dois anos, as asiáticas têm posto o Brasil à prova.
No Mundial de 2002, na China,
o time de Barbosa foi eliminado
nas quartas-de-final pela Coréia
do Sul, ao perder o confronto por
71 a 70. Em seguida, a equipe foi
derrotada pela China, por 81 a 80.
No Torneio Diamond Ball, disputado na semana passada, já na
Grécia, a seleção voltou a cair
diante das chinesas: 86 a 85.
Finalmente, as brasileiras fizeram um jogo-treino contra a Coréia do Sul, na última quarta-feira,
e perderam por 105 a 100.
Os constantes reveses ligaram o
sinal de alerta para a estréia de ontem. Mesmo com um time modesto, as japonesas eram temidas.
"Sempre tenho um friozinho na
barriga em estréia, ainda mais
contra asiáticas. Mas tudo deu
certo", disse a armadora Helen.
No início do jogo, parecia que a
história poderia se repetir. As brasileiras tinham bom aproveitamento ofensivo, com as bolas sobrando para a pivô Alessandra, 15
centímetros mais alta do que a
maior marcadora adversária.
As japonesas, no entanto, compensavam a pouca estatura com
muita movimentação no ataque.
"Elas trocavam de posição a todo momento. Teve um lance em
que eu estava marcando a armadora", contou Alessandra.
Mas o fôlego japonês, vice-campeão asiático, não durou muito. Já
no segundo quarto, as brasileiras
acertaram a defesa.
Sem opções de ataque e com um
péssimo aproveitamento nos tiros de três pontos -dois acertos
em 16 tentativas-, o Japão parou
de pontuar. O Brasil, por sua vez,
converteu dez de seus 18 arremessos de longa distância.
Ao final do primeiro tempo, a
seleção já administrava uma vantagem de 37 pontos: 62 a 25.
Exorcizado o fantasma, Barbosa
pôde colocar as reservas para jogar a partir do terceiro quarto.
Alessandra, que havia marcado
25 pontos no primeiro tempo,
nem pisou na quadra no segundo.
Mesmo assim, foi a cestinha.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
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