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Jogadores que fracassaram no início do ano no qualificatório para os Jogos de Atenas reconquistam prestígio no Brasileiro e no exterior
Vilões pré-olímpicos voltam a valer ouro
RODRIGO BUENO
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles chegaram em alta ao Pré-Olímpico do Chile, em janeiro.
Favoritos, fracassaram e viraram
alvo de críticas no retorno ao país.
Porém, no momento em que são
disputados os Jogos de Atenas,
eles voltam a ser valorizados.
O Campeonato Brasileiro e alguns dos principais torneios nacionais do planeta colocam agora
os ""pipoqueiros" da malfadada
seleção brasileira sub-23 do técnico Ricardo Gomes no pódio.
No primeiro turno do Nacional,
o grande destaque foi o santista
Robinho, acusado de brincar em
demasia no Pré-Olímpico.
"Estou mais maduro e consciente do meu trabalho em campo. A minha resposta está sendo
dada no Brasileiro com o primeiro lugar do Santos", disse Robinho, que fez 11 gols no Nacional.
Elano, seu companheiro de Santos, foi outro atleta que se desvalorizou no Chile e que depois se recuperou, levando o time da Vila
Belmiro ao título simbólico de
""campeão de inverno" do Brasileiro. Ele anotou sete gols.
Dagoberto, no Atlético-PR, e
Nilmar, no Internacional, também são destaques. O primeiro,
que tem protagonizado belos lances individuais, não se firmou no
ataque da seleção no Pré-Olímpico, mas nesta edição do Brasileiro
está ao lado de Robinho na briga
pela artilharia -fez 11 gols, como
o ex-colega de time sub-23.
Já Nilmar, um dos atletas que
menos renderam no qualificatório para Atenas, é a grande esperança da torcida colorada. Herói
da virada de 2 a 1 sobre o Paraná
no meio de semana, ele acha que a
sua geração tem muito a evoluir.
"Todos são titulares em grandes
times e já vêm mostrando o que
podem fazer", afirmou o atacante.
Apesar do vexame de não ter levado o Brasil à Olimpíada, o desempenho dessa geração já rendeu bons lucros aos seus clubes e
uma legião de jogadores alçou
vôo ao futebol do exterior.
Além do meia Diego, campeão
da Copa América negociado com
o Porto, o lateral-direito Maicon,
os zagueiros Rodolfo, Alex e
Adaílton, o volante Paulo Almeida e o meia-atacante Daniel Carvalho foram ganhar espaço fora
do Brasil -o volante Dudu Cearense e o atacante Marcel já haviam acertado suas mudanças para o exterior no Pré-Olímpico.
Veterano em campos europeus,
apesar da pouca idade, Fábio Rochemback, de 22 anos, já passou
pelo Barcelona e hoje é um dos
principais jogadores do Sporting.
Outro que merece destaque é o
lateral-esquerdo Maxwell. Titular
no Ajax, ele se tornou uma referência para o time. Chegou a ser
apontado o melhor atleta da última temporada na Holanda.
O próprio técnico da frustrada
seleção nacional sub-23, Ricardo
Gomes, conseguiu voltar à elite
nacional. Assumiu o Fluminense,
que foi o melhor time carioca na
primeira metade do Nacional.
A geração que sucumbiu em janeiro no Chile pode mais uma vez
repetir a geração que não conseguiu vaga nos Jogos de Barcelona
em 1992. Cafu, Roberto Carlos e
Márcio Santos são exemplos de
""pipoqueiros" de Pré-Olímpico
que viraram campeões mundiais.
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