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FUTEBOL
Parceria "pirata" é rompida
CBF aluga taça do penta, e Fifa intervém em tour
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A taça do mundo não é nossa.
Apesar disso, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) comercializou a imagem do troféu
mais cobiçado do planeta sem a
autorização do dono, a Fifa.
A máxima entidade do futebol,
que não entregará em definitivo a
Taça Fifa (como fez com a Jules
Rimet), advertiu a CBF, que organiza um tour com o troféu patrocinado por uma empresa concorrente da parceira da Fifa.
A Visa, empresa de cartões de
crédito, foi parceira da CBF no
tour do troféu pelo Brasil, mas foi
forçada a romper seu patrocínio
com a entidade presidida por Ricardo Teixeira após a Fifa iniciar
uma ação contra a multinacional.
A Fifa Marketing AG entendeu
que a Visa estava fazendo o chamado ""marketing de guerrilha".
Antes da Copa, empresas já haviam sido acusadas de usar ilegalmente imagens ligadas à Fifa.
Desde a conquista do pentacampeonato pela seleção brasileira, a Taça Fifa, de posse transitória desde que foi colocada em disputa -em 1974-, circula pelo
país. Já visitou mais de dez Estados. Como parceira da CBF, a Visa colocou seu nome nos espaços
em que o troféu era exposto.
Segundo a entidade presidida
pelo suíço Joseph Blatter, a Visa
foi advertida, mas não quis inicialmente parar com a promoção,
que foi levada ao site da empresa.
A Visa recebeu então uma notificação judicial mostrando que a
Fifa movia ação contra a empresa.
Só aí a multinacional decidiu não
atrelar seu nome à taça.
Segundo a Visa, sua imagem só
acabou sendo associada ao troféu
porque a CBF ofereceu à empresa
a possibilidade do patrocínio.
""Após a vitória do Brasil na Copa, a CBF fez proposta de patrocínio à Visa para apoiar a exposição
da taça pelas capitais brasileiras,
para que fosse exibida ao público
fã do futebol. A Visa aceitou a
proposta e divulgou o evento em
seu site. Porém em nenhum momento a ação esteve relacionada a
qualquer patrocínio da Copa", diz
resposta da empresa à Folha.
Acontece que a Taça Fifa é uma
marca registrada da Fifa. Sua imagem só pode ser usada por empresas que comprem seus direitos. A MasterCard, concorrente
da Visa, teria desembolsado para
tanto cerca de US$ 15 milhões.
A Visa alega que tomou conhecimento da irregularidade em seu
patrocínio ao tour da taça pela
CBF. ""Algum tempo depois [do
início do tour", a CBF avisou a Visa que a Fifa não concordava com
esse tipo de iniciativa, e a empresa
decidiu cancelar imediatamente a
ação proposta pela sua então parceira, a CBF", diz a empresa.
A Taça Fifa chegou nos últimos
dias a Diamantina (MG). Marco
Antônio Teixeira, secretário-geral
da CBF, estava encarregado pelo
tour do troféu. Ele não foi localizado para falar sobre a intervenção da Fifa na exposição da taça.
A entidade, por meio de sua assessoria, afirma que no momento
o tour não é patrocinado.
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