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FUTEBOL
Depois de defender Brasileiro com pontos corridos, idéia lançada pela CBF, emissora recua e exalta o modelo atual
Agora, Globo quer manter o mata-mata
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
O Brasileiro com turno e returno e pontos corridos ganhou um
adversário de peso: a Globo, principal investidora do futebol nacional. Com o sucesso de audiência e de público nos estádios nos
mata-matas do Brasileiro-2002, a
emissora decidiu defender a manutenção do sistema eliminatório
para a definição do campeão.
A decisão final só sai na próxima terça-feira, durante reunião
do Conselho Técnico, na CBF.
Mas a Globo, que tem clara influência sobre os integrantes do
comitê, os 24 clubes que disputarão a elite, resolveu se antecipar e
informou que é contra a realização do Nacional em 46 datas.
"A posição oficial da emissora é
pelo Brasileiro-2003 com mata-mata. Somos a favor de um torneio com turno, returno e finais
porque o campeonato é muito
longo [oito meses] e pode perder a
atratividade", declarou à Folha o
diretor-executivo da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto.
Para a Globo, o ideal seria a manutenção das eliminatórias a partir das quartas-de-final, como no
Brasileiro-02. Mas Campos Pinto
admite só semifinais e finais.
Durante a confecção do novo
calendário da CBF, a Globo defendera o sistema de pontos corridos.
O próprio Campos Pinto afirmara
que sua posição pessoal era que o
Brasileiro "à européia" deveria ser
testado na próxima temporada.
Entre os 24 clubes que disputarão o torneio, cresce a disposição
por manter o atual sistema.
O vascaíno Eurico Miranda defende que o torneio seja decidido
em mata-mata com oito clubes:
quatro classificados no primeiro
turno e quatro no segundo.
Reservadamente, outros cartolas lutam pelos mata-matas por
achar que é mais lucrativo -dizem que a torcida vai mais ao estádio em partidas eliminatórias.
Até aqui, o presidente da CBF,
Ricardo Teixeira, mantém a idéia
de testar o sistema de pontos corridos. Não fará força, entretanto,
para ver sua idéia vencedora,
principalmente agora que a Globo resolveu mudar sua posição.
A disputa de uma fase final no
Brasileiro, se referendada pelos
clubes, implicará mudança no calendário publicado pela CBF.
As 46 datas reservadas seriam
insuficientes. Mas a Globo já tem
uma proposta para o impasse.
Com oito equipes classificadas
para o mata-mata, seriam necessárias mais seis datas -ou 52 no
total. Com semifinais, 50.
Nesse caso, um dos pontos considerados como avanço no novo
calendário cairia por terra.
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