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FUTEBOL
Confronto na decisão do Paulista reacende rivalidade entre dirigentes e contagia atletas de Corinthians e São Paulo
Rixas fazem título virar questão de honra
DA REPORTAGEM LOCAL
Deixada em segundo plano por
jogadores de Corinthians e São
Paulo, que priorizam outras competições, a decisão do Paulista é
apimentada por uma série de rivalidades, principalmente entre
as diretorias dos dois clubes.
Para os dirigentes dos dois lados, o triunfo sobre o rival virou
questão de honra, após seguidos
desentendimentos nos últimos
anos. A disputa jurídica pela vantagem em caso de igualdade nas
finais só aumentou a tensão.
Também sobra rivalidade para
os atletas por causa dos resultados
dos últimos confrontos. No ano
passado, o Corinthians bateu o rival nas semifinais da Copa do Brasil e na final do Rio-São Paulo.
O rancor alimentado entre as
duas diretorias teve o seu momento de maior tensão no início
do segundo semestre de 2002,
quando o São Paulo começou a
tentar contratar Ricardinho.
A polêmica terminou com o
meia no Morumbi e com o clube
do Parque São Jorge acusando o
adversário de falta de ética.
Vira e mexe, o assunto volta à
tona. Pouco antes de o Estadual
começar, Carlos Augusto Barros e
Silva, diretor de futebol do São
Paulo, afirmou esperar que o Corinthians contratasse o goleiro
Rogério para que o rival "se vingasse" e a "raiva" passasse.
Recentemente, nas semifinais
do Paulista, o dirigente reacendeu
a rivalidade dizendo que quem se
classificasse no confronto entre
Corinthians e Palmeiras, que se
enfrentaram nas semifinais, seria
vice-campeão.
Como resposta, ouviu de Antonio Roque Citadini, vice-presidente corintiano, que a provocação só seria respondida depois
que ele ouvisse a versão de Márcio
Aranha, vice de futebol são-paulino, desafeto de Barros e Silva.
Pouco antes, Citadini cutucara
os rivais ao afirmar que no Corinthians não havia pressão para derrubar o treinador, como em outros clubes da cidade. Desde que
assumiu, Oswaldo de Oliveira sofre severas críticas de dirigentes
são-paulinos, Aranha entre eles.
Outro responsável por uma das
recentes polêmicas entre os dois
clubes, o volante Vampeta voltou
a atacar nesta semana.
Ele declarou o rival favorito para vencer a final do Estadual.
"A obrigação de vencer é do São
Paulo. Os jogadores de lá estão
com o Corinthians atravessado na
garganta por causa das nossas vitórias nos últimos jogos", disse.
Os recados para o rival começaram a ser mandados por Vampeta
pouco minutos depois da vitória
por 4 a 2 sobre o Palmeiras que levou o clube às finais.
"Sou corintiano e sempre vou
fazer tudo o que eu puder fazer
para derrubar o São Paulo."
Depois, Vampeta completou
afirmando que só pensa "em atropelar" o clube do Morumbi.
No ano passado, o volante corintiano provocou o rival ao chamar os são-paulinos de "bambis",
afirmando que até o meia Ricardinho se referia dessa forma ao
seu atual time quando ainda defendida o Corinthians.
Em 2002, os são-paulinos se irritaram com as provocações feitas
pelo jogador adversário, mas agora eles tentam se controlar.
"O Vampeta é um artista e sabe
muito bem fazer isso [provocações" para respondermos. Mas temos que ficar quietos porque
realmente nós perdemos duas
disputas com eles no ano passado. Temos que nos concentrar",
declarou o atacante Reinaldo.
No Parque São Jorge, Vampeta
não é o único a dar declarações
que podem irritar os inimigos.
Em sua primeira participação no
Estadual de SP, o atacante Liedson já dá suas cutucadas.
"Nunca fui campeão como profissional, mas tenho certeza que
vou vencer este Campeonato
Paulista", declarou Liedson.
Gil, que no ano passado chamou a zaga são-paulina de lenta,
desta vez fugiu de polêmicas.
(MARÍLIA RUIZ E RICARDO PERRONE)
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