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FUTEBOL
Quem é melhor?
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
Quem é melhor, Corinthians
ou São Paulo? O Corinthians tem melhores zagueiros e
laterais, mais equilíbrio entre os
setores e é mais eficiente pelas laterais e nos cruzamentos de bola
parada. O São Paulo é melhor nas
trocas de passes e finalizações pelo meio e possui um goleiro superior e mais experiente.
Se escalasse uma seleção das
duas equipes, seria: Rogério Ceni;
Rogério, Fábio Luciano, Anderson e Kléber; Fabinho ou Maldonado, Vampeta e Ricardinho; Kaká, Luis Fabiano e Gil. Seriam seis
do Corinthians, quatro do São
Paulo e uma dúvida.
Muitos irão discordar e ainda
argumentar que os quatro do São
Paulo são mais importantes que
os seis do Corinthians. Talvez sejam. O que é também mais encantador e eficiente: as jogadas
pela lateral esquerda do Corinthians ou as pelo meio do São
Paulo? As duas equipes atuam
com quatro defensores, três no
meio-campo e três no ataque.
Nos detalhes, há muitas diferenças. Leandro ataca e recua pela direita para formar um quarteto com Fabinho, Vampeta e Jorge
Wagner. Leandro é mais armador do que atacante.
Kaká também recua para receber a bola, mas raramente marca
no seu campo. É mais atacante do
que armador.
O volante Fabinho atua próximo dos zagueiros. Quando recupera a bola, avança e Vampeta
ocupa o seu lugar. Fabinho tem
habilidade para atacar. Maldonado só tem função defensiva.
Quando avança, o que é raro, não
sabe se transformar em um meia.
Como o time joga com três atacantes e o Maldonado quase como um terceiro zagueiro, Fábio
Simplicio e Ricardinho ficam sobrecarregados.
Os volantes que atuam muito
recuados acabam não sendo zagueiros nem armadores.
Os dois laterais das duas equipes avançam bastante. Os do Corinthians formam duplas com Gil
e Leandro. Os do São Paulo ficam
mais isolados.
Na marcação, há uma preocupação dos técnicos em pressionar,
tomar a bola e sair com velocidade para o ataque. É uma característica das equipes dirigidas pelo
Geninho. Com Parreira, o time
recuava e marcava por setor. Nos
últimos jogos, Oswaldo de Oliveira tem insistido com os jogadores
para marcar mais de perto.
Os dois técnicos vão tentar neutralizar a principal jogada do rival. Oswaldo de Oliveira poderia
segurar o lateral-direito para
marcar melhor o Gil e deslocar o
Fábio Simplicio um pouco mais
para a direita para impedir os
avanços do Kléber. Para funcionar, Maldonado teria de jogar de
volante, e não de zagueiro. Se o
Corinthians atua com apenas um
atacante fixo pelo meio (Liedson), não há necessidade de escalar três zagueiros e ficar sem um
jogador no meio-campo.
Geninho deve estar na dúvida
se faz marcação individual no
Kaká. Pela posição, Fabinho seria
o marcador. Prefiro a união da
marcação por setor com a individual. Correr atrás do Kaká por todos os lados é desgastante e confuso. O meia deveria procurar
também as jogadas nas costas dos
laterais. Rogério avança e demora a voltar. É lento. Isso obrigaria
o Fabinho ou um zagueiro sair do
meio da área.
A discussões continuam sobre
quem deveria ter a vantagem de
jogar por dois empates ou uma vitória e uma derrota com a mesma
diferença de gols. O texto do regulamento é confuso. Só o comitê
executivo da Federação Paulista,
formado pelo Eduardo José e o
Farah, pode resolver o problema.
"As palavras não existem para
enfeitar, e sim para dizer." (Graciliano Ramos)
Falta de ética
Enquanto o Fluminense disputa
o título estadual, o seu principal
jogador, Carlos Alberto, participa
de amistosos pela seleção sub-20.
É injusto.
O mais grave é a confirmação
feita pelo Américo Faria, supervisor da CBF, que ele e o Enio Farias, coordenador das divisões de
base da entidade, são sócios de
um clube, o Grande Rio, que emprestou Carlos Alberto ao Fluminense. Grande Rio é clube de futebol ou escola de samba?
Essa dupla função é uma tremenda falta de ética. Se quiserem
continuar com esse e outros negócios, os dois têm de pedir demissão da CBF, o que já deveriam ter
feito há muito tempo.
Há no Brasil um grande número de pessoas que perderam as referências éticas. Fazem coisas,
sem pensar, porque a maioria as
faz. Não percebem o erro. É a cultura do jeitinho e da esperteza.
E-mail tostao.folha@uol.com.br
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