São Paulo, domingo, 16 de maio de 2004

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FUTEBOL

Atletas reclamam de falta de motivação no Brasileiro de pontos corridos

Corinthians tenta espantar o tédio diante do Guarani

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians enfrenta o Guarani, hoje, às 19h, no Pacaembu, preocupado em evitar o marasmo que tem tomado conta de seus jogadores no Brasileiro-04.
Segundo os atletas, falta motivação para disputar o campeonato por pontos corridos. Para eles, isso explica o fato de a equipe não conseguir repetir no Nacional, em que tenta se afastar da rabeira, a sua campanha na Copa do Brasil.
"A gente tem um ânimo maior na Copa do Brasil porque cada jogo é uma decisão. No Brasileiro, sabemos que temos 46 rodadas para chegar nas primeiras posições", disse o atacante Jô.
No torneio disputado em mata-matas, os corintianos estão invictos e sofreram apenas um gol até agora. No Nacional, venceram um jogo em cinco rodadas e terminaram a última com a pior defesa -14 gols sofridos.
Se tivesse no Brasileiro rendimento igual ao que tem na Copa do Brasil, com três vitórias e dois empates, o Corinthians teria fechado a quinta rodada com 11 pontos, na vice-liderança. O Vitória terminou o fim de semana anterior em segundo, com dez.
Nas cinco partidas que fez no Nacional, o clube do Parque São Jorge obteve um empate e três derrotas, além de uma vitória.
O técnico Oswaldo de Oliveira reconhece que é mais difícil incentivar seus atletas no Nacional.
"Isso acontece porque os jogadores não estão acostumados com pontos corridos no Brasil. Para motivar os jogadores, digo que durante o Nacional temos 46 decisões", afirmou Oliveira.
Uma das armas do treinador para animar os atletas tem sido rápidas conversas só entre eles antes de o time entrar em campo.
No triunfo por 1 a 0 sobre o Vitória, quinta-feira, pelas quartas-de-final da Copa Brasil, Rincón instigou os colegas no túnel que dá acesso ao gramado do Pacaembu lembrando que o clube baiano era considerado favorito.
Segundo Oliveira, a partida foi uma das melhores da equipe sob seu comando neste ano.
O time foi mais objetivo e marcou melhor o rival. Segundo o Datafolha, trocou 188 passes -sua média no Brasileiro é de 322 bolas trocadas por jogo, a maioria para os lados. Foram também 128 desarmes. No Nacional, a equipe rouba a bola do adversário 119 vezes por partida, em média.
A maioria dos atletas preferia que o time entrasse em campo como azarão também contra o Guarani. Fábio Costa não. "Faltou bom senso da imprensa, que colocou o Corinthians como zebra", disse o goleiro, esquecendo-se de que seus colegas apontaram o Vitória como favorito.
Hoje, o rótulo de azarão não cabe ao time do Parque São Jorge. Em crise, o clube de Campinas será comandado pelo interino Lino Fachini, depois da demissão do treinador Joel Santana.
Apesar de esperar que sua equipe repita o rendimento do jogo com os baianos, Oliveira não demonstra muita confiança nisso.
"Uma hora tinha que acontecer uma atuação boa como essa contra o Vitória. Mas isso não quer dizer que elas continuem acontecendo", afirmou o treinador.
Os jogadores falam em vencer para manter a paz no clube. "Sabemos que a linha que nos separa da crise é muito tênue. Uma derrota fará toda a pressão voltar", falou o goleiro corintiano.
A partida seria às 18h30, mas o início foi retardado para diminuir o risco de torcedores corintianos se encontrarem com são-paulinos, que verão seu time em ação às 18h, contra o Paraná.


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