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FUTEBOL
Atletas reclamam de falta de motivação no Brasileiro de pontos corridos
Corinthians tenta espantar
o tédio diante do Guarani
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians enfrenta o Guarani, hoje, às 19h, no Pacaembu,
preocupado em evitar o marasmo
que tem tomado conta de seus jogadores no Brasileiro-04.
Segundo os atletas, falta motivação para disputar o campeonato
por pontos corridos. Para eles, isso explica o fato de a equipe não
conseguir repetir no Nacional, em
que tenta se afastar da rabeira, a
sua campanha na Copa do Brasil.
"A gente tem um ânimo maior
na Copa do Brasil porque cada jogo é uma decisão. No Brasileiro,
sabemos que temos 46 rodadas
para chegar nas primeiras posições", disse o atacante Jô.
No torneio disputado em mata-matas, os corintianos estão invictos e sofreram apenas um gol até
agora. No Nacional, venceram
um jogo em cinco rodadas e terminaram a última com a pior defesa -14 gols sofridos.
Se tivesse no Brasileiro rendimento igual ao que tem na Copa
do Brasil, com três vitórias e dois
empates, o Corinthians teria fechado a quinta rodada com 11
pontos, na vice-liderança. O Vitória terminou o fim de semana anterior em segundo, com dez.
Nas cinco partidas que fez no
Nacional, o clube do Parque São
Jorge obteve um empate e três
derrotas, além de uma vitória.
O técnico Oswaldo de Oliveira
reconhece que é mais difícil incentivar seus atletas no Nacional.
"Isso acontece porque os jogadores não estão acostumados
com pontos corridos no Brasil.
Para motivar os jogadores, digo
que durante o Nacional temos 46
decisões", afirmou Oliveira.
Uma das armas do treinador
para animar os atletas tem sido
rápidas conversas só entre eles
antes de o time entrar em campo.
No triunfo por 1 a 0 sobre o Vitória, quinta-feira, pelas quartas-de-final da Copa Brasil, Rincón
instigou os colegas no túnel que
dá acesso ao gramado do Pacaembu lembrando que o clube
baiano era considerado favorito.
Segundo Oliveira, a partida foi
uma das melhores da equipe sob
seu comando neste ano.
O time foi mais objetivo e marcou melhor o rival. Segundo o Datafolha, trocou 188 passes -sua
média no Brasileiro é de 322 bolas
trocadas por jogo, a maioria para
os lados. Foram também 128 desarmes. No Nacional, a equipe
rouba a bola do adversário 119 vezes por partida, em média.
A maioria dos atletas preferia
que o time entrasse em campo como azarão também contra o Guarani. Fábio Costa não. "Faltou
bom senso da imprensa, que colocou o Corinthians como zebra",
disse o goleiro, esquecendo-se de
que seus colegas apontaram o Vitória como favorito.
Hoje, o rótulo de azarão não cabe ao time do Parque São Jorge.
Em crise, o clube de Campinas será comandado pelo interino Lino
Fachini, depois da demissão do
treinador Joel Santana.
Apesar de esperar que sua equipe repita o rendimento do jogo
com os baianos, Oliveira não demonstra muita confiança nisso.
"Uma hora tinha que acontecer
uma atuação boa como essa contra o Vitória. Mas isso não quer
dizer que elas continuem acontecendo", afirmou o treinador.
Os jogadores falam em vencer
para manter a paz no clube. "Sabemos que a linha que nos separa
da crise é muito tênue. Uma derrota fará toda a pressão voltar",
falou o goleiro corintiano.
A partida seria às 18h30, mas o
início foi retardado para diminuir
o risco de torcedores corintianos
se encontrarem com são-paulinos, que verão seu time em ação
às 18h, contra o Paraná.
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