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GINÁSTICA
Nas provas por aparelho, brasileira irá à Olimpíada com a vantagem mais expressiva em relação à vice do ranking
No papel, Daiane é favorita das favoritas
LUÍS CURRO
EDITOR-ASSISTENTE DE ESPORTE
A favorita entre as favoritas.
Até entrar no tablado do Complexo Olímpico de Esportes de
Atenas, em 15 de agosto, para sua
primeira exibição no solo, uma
brasileira será assim considerada
nas disputas individuais de ginástica artística na Olimpíada.
Daiane dos Santos, 21, é, e vai
ser até os Jogos Olímpicos gregos,
a atleta que maior diferença tem
em relação à adversária mais próxima nos rankings da FIG (Federação Internacional de Ginástica).
Com suas espetaculares performances desde a conquista do ouro inédito no Mundial de Anaheim (EUA), em agosto do ano
passado, Daiane conseguiu atingir a liderança da lista do solo da
FIG e tem, atualmente, 315,5 pontos. A vice-líder é a espanhola Elena Gomez, com 249,5 pontos.
Em nenhum outro aparelho
(salto sobre o cavalo, trave e barras paralelas assimétricas), a líder
do ranking registra diferença tão
significativa em comparação com
sua mais próxima perseguidora.
Como a listagem não terá nenhuma alteração até os Jogos
Olímpicos, Daiane é, entre todas
as competidoras, a ginasta mais
dominante em sua especialidade.
"O Campeonato Europeu foi o
torneio final para soma de pontos. O próximo será a Olimpíada.
Assim, o ranking não mudará até
Atenas", informou à Folha Philippe Silacci, do departamento de
comunicações da FIG.
O Europeu, com duração de
quatro dias, foi realizado em
Amsterdã e encerrado no último
dia 2. A campeã no solo foi a romena Catalina Ponor, que tem sido "freguesa" de Daiane nos últimos eventos em que duelaram.
Ponor, terceira no ranking da
FIG nesse aparelho, com 217,5
pontos (98 atrás da brasileira), sagrou-se campeã na Holanda ao
obter nota 9,637 na final.
Em suas melhores apresentações neste ano, ambas em março e
em etapas da Copa do Mundo, a
brasileira superou essas marcas.
Em Cottbus (Alemanha), registrou a melhor nota de sua carreira
(9,762), atuação que fez seu técnico, o sisudo ucraniano Oleg Ostapenko, dizer que "ela é hoje o Michael Jordan da ginástica". Uma
semana depois, em Lyon (França), voltou a ser ouro, com 9,650.
Desde a façanha no Mundial,
Daiane subiu ao lugar mais alto
do pódio em todas as finais do solo de que participou (etapas da
Copa de Stuttgart, em 2003, e de
Cottbus, Lyon e Rio, neste ano).
Seu único revés, porém, ocorreu
justamente no palco grego que
voltará a desafiar em agosto pela
primeira medalha olímpica da ginástica nacional. Em evento-teste
em março, logo após suas ótimas
atuações na Alemanha e na França, errou. Saiu do tablado na fase
preliminar e ficou alijada da final,
vencida por Elena Gomez (9,562).
Daiane está ciente. "Estou à
frente [no ranking], e isso com
certeza me torna a maior favorita
em Atenas." Treina sete horas
diárias em Curitiba, sede da seleção, para manter seu atual nível. E
para banir todo e qualquer erro.
Porque, se errar, o favoritismo
em Atenas ficará só no papel.
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