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OITAVAS/ ONTEM
Time pressiona Paraguai, que segurava 0 a 0, e marca aos 43min do 2º tempo
Persistência alemã é premiada com vitória
ROBERTO DIAS
ENVIADO ESPECIAL A SEOGWIPO
A Alemanha jogou as tendências no lixo para vencer o Paraguai e se classificar para as quartas-de-final da Copa-2002.
Num Mundial que vê uma queda brutal de gols nos finais dos jogos, os alemães esperaram até os
43min do segundo tempo para
demarcar sua vitória por 1 a 0.
Foi o triunfo da insistência: depois de martelar a lateral esquerda
paraguaia durante todo a partida,
os alemães tiveram sucesso num
cruzamento por baixo de Schneider para Neuville, que se antecipou a Ayala e completou.
Foi a derrota da enrolação: o Paraguai não escondeu sua vontade
de arrastar ao máximo a partida,
para aproveitar o desgaste do rival
sob os 25C de Seogwipo.
"Os paraguaios jogaram tudo
para sair com um 0 a 0", afirmou
Neuville, autor do gol que fez Cesare Maldini lamentar a segunda
eliminação seguida em Copa antes da semifinal. "O jogo foi disputado no meio-campo, mas de
repente eles deram uma escapada
pela direita", disse o técnico, que
deixará o comando da equipe.
A surpresa com o lance que definiu um jogo que se encaminhava para a prorrogação não é só
dos paraguaios, que novamente
voltam para casa sem conseguir
passar do quarto jogo em Copas.
O esquadrinhamento dos gols
marcados até agora na Ásia deixa
claro que o intervalo entre os
30min e 45min do segundo tempo é bem menos propício a gols
do que no último Mundial.
Na primeira fase desta Copa, o
intervalo concentrou 19,2% dos
gols feitos, contra um índice de
28,6% de quatro anos atrás -ou
seja, os gols que "fugiram" desse
momento do jogo se espalharam
pelo restante da partida.
O feito de Neuville, jogador de
29 anos, dá motivos para otimismo com a nova geração alemã,
que se prepara para jogar a próxima Copa do Mundo em casa.
A seleção já assegurou a melhor
campanha dos últimos 28 anos de
um organizador da Copa no torneio anterior ao seu. Mais do que
conseguiram Japão, Coréia do
Sul, França e EUA, as últimas sedes, nos Mundiais que usaram como preparatórios -nenhum deles chegou à segunda fase.
Feitos históricos à parte, os alemães sofreram ontem.
"No primeiro tempo, realmente
não houve futebol. Nós apenas
chutávamos a bola para frente, assim como o Paraguai", definiu o
técnico Rudi Voeller -seu time
não acertou o gol rival na etapa.
A Alemanha, que jogou sem três
titulares, suspensos, só subiu de
produção na segunda etapa, mas
aí quem apareceu foi Chilavert.
Ao final, após o gol, Voeller colocou mais um atacante, uma
substituição muito especial: Asamoah, nascido em Gana, tornou-se o primeiro negro a jogar com a
camisa alemã em uma Copa.
Após melhorar seu já bom retrospecto contra sul-americanos
-em 18 partidas de Copa, só perdeu uma vez-, o time espera o
vencedor de México x EUA.
O desafio no sábado será um
pouco maior para a Alemanha:
nos dois últimos Mundiais, caiu
nessa fase. Na última vez que passou, foi campeã, em 1990.
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