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País dá adeus à seleção permanente e a guru
Ginástica tem último dia da equipe criada em 2002 e de Oleg no QG de Curitiba
Atletas viajam hoje para o
Japão e, quando voltarem da
Olimpíada, serão enviadas
aos clubes, enquanto técnico
regressará ao lar na Ucrânia
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Hoje, às 16h40, quando as
nove ginastas da seleção e o técnico Oleg Ostapenko embarcarem para a última etapa da preparação olímpica, estará materializado o fim dos dois pilares
da escalada internacional da ginástica artística brasileira.
A equipe feminina permanente, criada em 2002, deixará
de existir. E o treinador ucraniano Oleg Ostapenko oficialmente dará adeus ao maior
centro de treinamento do país.
A reunião das melhores atletas em Curitiba, onde estão a
sede da Confederação Brasileira de Ginástica e o centro de excelência do esporte, e a vinda
do ucraniano foram fundamentais para colocar o país no mapa
da ginástica mundial.
A parceria, impulsionada por
recursos da Lei Piva, permitiu
ao Brasil alcançar seu primeiro
ouro em Mundiais (com Daiane dos Santos, em 2003, no solo) e resultados históricos, como o quinto lugar no solo de
Daiane e o nono por equipes na
Olimpíada de Atenas-2004.
"A seleção permanente acaba
porque estamos encerrando
um ciclo olímpico e finalizando
o projeto apresentado ao Comitê Olímpico Brasileiro para obter resultados até Pequim. E foi
um projeto que deu certo", explica Alice Tanabe, presidente
do Comitê Técnico da CBG.
A descompactação da seleção
começou no último final de semana, quando ginastas foram
liberadas para visitar suas famílias e algumas já levaram
consigo boa parte dos pertences que mantinham no Paraná.
O último treino da equipe no
QG da ginástica foi realizado
ontem à tarde, sem Oleg, que
sentiu uma indisposição.
Hoje, as atletas só participarão de práticas leves pela manhã. E à tarde viajam para Tóquio, onde farão os últimos testes antes da chegada à Vila
Olímpica de Pequim-2008.
O fim do ciclo da seleção permanente e da estadia de Oleg
evidenciam parte das transformações a que a ginástica do país
será em breve submetida, com
troca de comando na CBG -a
eleição será em dezembro.
"A equipe permanente pode
voltar a existir. Quem assumir a
CBG poderá apresentar novo
projeto. Mas há gente que é
contra", afirma Alice, admitindo que alguns clubes e dirigentes são contrários às atletas
passarem a maior parte da temporada na seleção permanente.
O caso de Oleg é mais preocupante. Mesmo após revelar o
desejo de prosseguir no país e
ajudar a formar novos técnicos,
o ucraniano não recebeu proposta alguma de trabalho.
A CBG admite que, por custar caro -Oleg ganha US$
8.000 mensais-, é difícil mantê-lo. Após a Olimpíada, voltará
à Ucrânia. "Tenho certeza de
que vamos sentir saudades. Foram seis anos aqui", diz Daiane.
Com o desmanche, as ginastas serão devolvidas aos clubes
após os Jogos. Para os eventos
do final do ano, como a finalíssima da Copa do Mundo, a CBG
fará períodos de concentração
e avaliação em Curitiba.
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