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Melhor de três
AMERICANO
TYSON GAY E
JAMAICANOS
USAIN BOLT E
ASAFA POWELL
MONOPOLIZAM
ATENÇÕES PARA
FINAL DA PROVA
MAIS NOBRE DO
ATLETISMO, QUE
PROMETE SER A
MAIS VELOZ DE
UMA OLIMPÍADA
ADALBERTO LEISTER FILHO
FÁBIO SEIXAS
ENVIADOS ESPECIAIS A PEQUIM
Prata em Atenas-04, Francis
Obikwelu sai pela tangente. "O
Gay não está tão forte. Acho
que fica entre Bolt e Asafa."
Adversário de Bolt na eliminatória inicial e de Asafa na segunda, o brasileiro Vicente Lenilson considera o primeiro
mais forte. Para o canadense
Anson Henry, Gay será ouro.
"Nestas corridas, ele brilha."
Opiniões diferentes de atletas que ontem, em Pequim,
competiram ombro a ombro
com os três astros da prova
mais nobre do atletismo. Que
são uma amostra da imprevisibilidade da final dos 100 m. Mas
com uma imprecisão, no fim.
Porque nunca o esporte assistiu a uma corrida como esta.
Nunca a prova que é a essência da velocidade reuniu homens tão velozes. Nunca, mesmo quando novatos, os três dividiram uma pista. E, difícil de
aferir, mas fácil de sentir, nunca o atletismo esperou tanto a
quebra do recorde mundial.
As razões para isso, Tyson
Gay, Asafa Powell e Usain Bolt.
Que às 9h05 (de Brasília) começam a correr as semifinais
dos 100 m. E que, salvo uma calamidade olímpica, se enfrentarão pelo ouro às 11h30.
Se os currículos dos duelistas
conduzem à imprevisibilidade,
os desempenhos dos três em
2008 são bem distintos. E foram resumidos nas baterias eliminatórias de ontem, primeiro
dia de atividades do atletismo
no Ninho de Pássaro.
Melhor atleta do ano, com direito a recorde mundial há pouco mais de dois meses, o jamaicano Bolt, 21, caçula do trio, foi
o mais rápido. Seu tempo nas
quartas-de-final, 9s92, foi 0s20
acima da marca que obteve em
Nova York em 1º de junho e que
surpreendeu o mundo.
Aquela prova também marcou seu único duelo com Tyson
Gay. Ponto para ele.
Na disputa olímpica, parece
sobrar. "Corri os primeiros 50
metros. Então, olhei para os lados, ficou claro que estava garantido, e desacelerei."
Dois atletas de segundo time
vieram logo depois: Churandy
Martina, das Antilhas Holandesas, e Richard Thompson, de
Trinidad e Tobago, com 9s99.
Bolt atingiu o recorde mais
cobiçado do atletismo quase
que por acaso. Ele nunca escondeu que prefere os 200 m.
Mas, em 2007, o técnico Glen
Mills decidiu que os 100 m poderiam auxiliar a preparação
do pupilo para sua prova predileta. Na avaliação do treinador,
Bolt possuía uma boa largada e
sabia correr bem na curva. Precisava melhorar a aceleração.
O jamaicano debutou na distância em julho, já cravando
um 10s03. "Realmente, não tenho segredo. Apenas corro."
Mesmo com o recorde, fez
suspense sobre a participação
nos 100 m. Só aceitou correr
após vencer a seletiva jamaicana e obter aval do técnico.
Em Pequim, é o único do
"trio de ouro" que irá correr as
duas provas. Se amealhar um
duplo triunfo, será o nono velocista a atingir a façanha em Jogos Olímpicos. O último foi
Carl Lewis, em Los Angeles-84.
No classificatório nacional,
Bolt triunfou sobre Powell, 25,
amigo de quem roubou o recorde dos 100 m. O compatriota
deu o troco no mês seguinte,
em prova em Estocolmo. 1 a 1.
Antes de disputar os holofotes com Bolt, porém, Powell
protagonizava duelos era com
Gay. Foram quatro vitórias sobre o norte-americano em
2006. No ano seguinte, porém,
foi a vez de o adversário surpreender. Contra todos os
prognósticos, derrotou Powell
no Mundial de Osaka-07.
Neste ano, Powell faz temporada instável. Ontem, conquistou só a quarta marca: 10s02.
Gay, por sua vez, fez apenas o
nono tempo das eliminatórias.
Ele se recupera de lesão na coxa
esquerda, mas afirma estar
bem. "Estou relaxado e numa
boa. Minha preocupação era só
avançar à próxima etapa."
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