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GINÁSTICA
Após surpreender no Pan, atletas disputam Mundial de olho no futuro da equipe e na volta ao Jogos após 12 anos
Seleção luta por vaga olímpica e sobrevida
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles surpreenderam no Pan-Americano. Permitiram o show
de medalhas da ginástica artística
e apareceram para o mundo.
Hoje, porém, a partir das 13h,
quando iniciam a participação
brasileira no Mundial de Anaheim, nos EUA, os atletas da seleção masculina enfrentarão sua
mais dura missão nos últimos
quatro anos: tentar classificar um
ginasta do país para os Jogos
Olímpicos depois de 14 anos.
Integrantes da maior delegação
brasileira na história do Mundial
-29 pessoas-, os seis ginastas
da seleção lutam para ficar entre
98 atletas que irão competir em
Atenas-2004 e para dar sobrevida
ao projeto de seleções da CBG.
"Pela primeira vez, a gente treinou um período junto [desde fevereiro] e se preparou como uma
seleção. Cumprimos nossa missão no Pan [com cinco medalhas].
Temos nossa melhor chance de
obter uma boa colocação. Além
disso, é o futuro da equipe que está em jogo", afirmou o gaúcho
Mosiah Rodrigues, 21, que integra
o time nacional desde 1996.
Para alcançar a vaga na Olimpíada, a equipe tem de ficar hoje
entre as 12 melhores do Mundial
-da 13ª até a 18ª posição, o país
assegura a vaga de dois atletas.
Ao mesmo tempo que fizeram a
melhor preparação, com salário,
verba de R$ 180 mil, viagens para
disputar torneios internacionais e
a contratação de técnico ucraniano (Vyacheslav Azimov), os brasileiros encaram seu torneio mais
difícil. São 372 atletas e 57 equipes
atuando em Anaheim, no maior
Mundial do esporte neste século.
"Além de mais ginastas do que
no feminino [372 contra 267], o
nível no masculino é mais elevado. Ao contrário da mulher, o homem parece que fica melhor com
o tempo. O Éric Lopez [cubano de
31 anos que ganhou seis ouros no
Pan] é um exemplo", afirma
Marco Martins, vice da CBG.
"O Azimov disse que, se conseguirmos repetir o feito do Pan, ficamos entre os 12 primeiros, mas
creio que vamos lutar mesmo pela vaga até o 18º lugar", disse Diego Hypólito, 17, que tem o melhor
resultado do país no Mundial por
aparelhos -quarto lugar no solo.
Mesmo sem sofrer a pressão do
time feminino, a seleção masculina vê a luta para se firmar no mapa da ginástica ganhar proporção
maior pela necessidade de dar sobrevida ao projeto da CBG -nenhum brasileiro figura entre os
dez melhores nos rankings da federação internacional e a última
aparição nos Jogos foi em Barcelona-92, com Marco Monteiro.
"A Olimpíada é o trunfo para
manter a seleção treinando junta
em Curitiba. O ruim é que só o resultado de hoje irá contar", diz o
paulista Vitor Camargo, 22.
Com alguns contratos de ginastas vencendo após o Mundial -o
evento segue até o dia 24, com
provas no feminino (as brasileiras
estréiam amanhã) e as finais-, a
CBG diz que manterá o grupo até
dezembro, quando será estudado
se os atletas ficarão em Curitiba
ou irão para seus clubes.
Apesar disso, a primeira opção,
para os ginastas, depende de hoje.
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