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Palmeiras usa defesa para atacar melhor
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
"Sobe, sobe mais. Sai daí", grita
incessantemente Estevam Soares
a seus jogadores durante o treino.
A ordem é para que o time saia de
trás e arme rápido contra-ataque.
No ensaio, tudo vai bem, mas
no jogo de hoje, contra o Juventude, às 18h, em Caxias do Sul, o Palmeiras terá de superar mais do
que a "timidez" ofensiva que demonstrou no coletivo. A começar
pelo esquema montado pelo treinador palmeirense e pelo discurso de seus jogadores.
Estevam optou por oficializar o
3-5-2 no Palmeiras. Pela primeira
vez no ano, o clube jogará com
três zagueiros de fato: Daniel,
Nen, que já vinham atuando como titulares, e Gabriel.
No entanto o treinador não
abriu mão da proteção extra à sua
defesa. O volante Marcinho, especialista em marcação e que no sistema de jogo anterior -um 3-5-2
disfarçado- tinha a incumbência de completar a trinca defensiva, foi mantido no time. Com isso,
o Palmeiras que atuará hoje em
Caxias do Sul terá seus quatro melhores marcadores em campo.
Marcinho, que tem média de
20,5 desarmes por jogo, Nen
(17,5), Daniel (17) e Gabriel (12,8)
são os maiores ladrões de bola da
equipe neste Brasileiro.
Como comparação, a média individual do quarteto é bem superior à individual geral da equipe.
Enquanto os quatro fazem 16,9
roubadas por confronto, o restante dos palmeirenses desarma apenas 6,9 vezes por partida.
O potencial aumento do poderio defensivo palmeirense fez com
que os jogadores passassem a manifestar abertamente a disposição
de apenas evitar levar gols contra
o time gaúcho, que é rival direto
na luta por vaga na Libertadores-2005 -o Palmeiras acumula 56
pontos no campeonato, três a menos que o Juventude.
"Vamos fazer uma linha de quatro no meio-campo. O Estevam
disse que dali a bola não pode passar", afirmou Diego Souza.
"Vamos ficar fechadinhos. Estamos preparados para quando eles
atacarem", completou o meia.
A vocação defensiva apontada
pelo jogador também foi detectada por seus companheiros.
"Vamos ver se o esquema do Estevam dá certo e a gente pára de
levar gols bobos", opinou Marcinho, que, no entanto, não vê a
postura como retranca.
"Não digo retranca. Vamos jogar com cautela. A preocupação
primeiro é defender, para depois
sair para o ataque", afirmou.
Apesar da fala dos atletas, que
entendem que a postura palmeirense em Caxias do Sul será primordialmente defensiva, o técnico refuta essa idéia.
Estevam acredita que, mesmo
atuando com tantos marcadores,
o Palmeiras não ficará excessivamente atrás e não irá abdicar de
atacar. Para ele, o time não dependerá somente dos contragolpes.
"Treinamos para atacar. Para ir
à frente e procurar o gol. Vamos
marcar na nossa intermediária",
diz Estevam. "Falam que jogamos
na retranca, mas não é assim. Retranca é deixar o time todo dentro
da área, dando chutão para a lateral e parando a jogada com faltas", justifica o treinador.
No Juventude, o técnico Ivo
Wortmann, outro adepto do 3-5-2 neste Nacional, poderá voltar a
utilizar o esquema. O time gaúcho, que tem como seu ponto forte o setor defensivo, terá a volta do
zagueiro Índio, recuperado de lesão, e dos alas Jancarlos e Zé Rodolpho, que cumpriram suspensão. O desfalque será o goleiro
Eduardo Martini, que recebeu o
terceiro cartão amarelo.
Colaborou a Agência Folha
NA TV - Sportv, só para RJ
e SP, ao vivo, às 18h
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