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FUTEBOL
Enquanto time de Zetti usa apenas um reserva com freqüência, São Caetano mostra força no banco e rotatividade
Paulista de sempre encara rival mutante
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão do Campeonato Paulista vai confrontar a equipe que
tem muitas cartas na manga com
a que tem o baralho contado. No
São Caetano de Muricy Ramalho
os curingas são muitos, tantos
que chegam a confundir o próprio treinador em alguns momentos. Realidade diferente do
Paulista de Zetti, que não pode se
dar ao luxo de perder um titular.
Enquanto o time de Jundiaí dependeu no torneio inteiro dos
mesmos atletas, o rival do ABC
mostrou força no banco e alta rotatividade entre os titulares.
Dos 28 atletas do time do ABC,
18 deles atuaram em pelo menos
cinco das 14 partidas disputadas,
contra 12 da equipe de Zetti.
No Paulista, que conta com o
melhor ataque do torneio, com 33
gols, só quatro deles (12%) foram
anotados por reservas. Três deles
do atacante Davi, o único jogador
do banco a atuar em mais de cinco confrontos do time no torneio.
"Nós jogamos assim porque
não temos escolha. Mas conseguimos chegar até aqui [final] dessa
forma, sem mudar muito, e hoje
vamos repetir novamente", declarou Zetti, que cita a disciplina do
time como virtude para conseguir
manter a mesma equipe em 12
partidas do torneio. O Paulista teve apenas dois atletas expulsos na
competição estadual.
Já no São Caetano, equipe que
mais levou cartões amarelos no
torneio (36), a disciplina se tornou secundária graças ao poderio
de seu banco. O próprio time de
Jundiaí sentiu na pele a força dos
reservas do clube do ABC.
Nos dois duelos entre as equipes
no Estadual, 50% dos oito gols do
São Caetano foram anotados por
eles. No primeiro jogo da final, inclusive, dois gols da vitória por 3 a
1 saíram dos pés do suplente Warley, que já foi titular e hoje novamente começará no banco. Ele foi
preterido por Euller, que só ganhou um lugar entre os 11 principais do time na segunda partida
da semifinal. Como reserva, marcou duas vezes.
"Esse time [do São Caetano]
qualquer um gostaria de treinar,
tantas são as opções que eu tenho", empolga-se o técnico Muricy Ramalho.
"Nós da comissão técnica temos
nossos méritos, mas foi por causa
de tanta qualidade que chegamos
até aqui. Temos um grupo muito
bom", completa o treinador.
Durante a semana, Muricy se
deu ao luxo de poupar sete titulares no jogo derradeiro do time na
primeira fase da Libertadores.
Mesmo assim, a equipe bateu o
Strongest nos 3.600 m de altitude
de La Paz por 2 a 0 e vai decidir
uma vaga à próxima fase na repescagem da competição.
"O São Caetano foi montado
para o Paulista e a Libertadores. É
o elenco dos sonhos de qualquer
treinador", diz o rival Zetti.
Hoje, Muricy colocará em campo todos os seus titulares. O ala
Gilberto, que não atuou na última
partida por estar suspenso, volta
ao time, que atuará no 3-5-2.
O Paulista também não terá surpresas. Pela 13ª vez, o time titular
estará em campo. E Davi deve entrar durante o jogo. "Temos condições para obter o título com isso", afirma Zetti.
(EDUARDO ARRUDA E MARCUS VINICIUS MARINHO)
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