São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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FUTEBOL

Enquanto time de Zetti usa apenas um reserva com freqüência, São Caetano mostra força no banco e rotatividade

Paulista de sempre encara rival mutante

DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão do Campeonato Paulista vai confrontar a equipe que tem muitas cartas na manga com a que tem o baralho contado. No São Caetano de Muricy Ramalho os curingas são muitos, tantos que chegam a confundir o próprio treinador em alguns momentos. Realidade diferente do Paulista de Zetti, que não pode se dar ao luxo de perder um titular.
Enquanto o time de Jundiaí dependeu no torneio inteiro dos mesmos atletas, o rival do ABC mostrou força no banco e alta rotatividade entre os titulares.
Dos 28 atletas do time do ABC, 18 deles atuaram em pelo menos cinco das 14 partidas disputadas, contra 12 da equipe de Zetti.
No Paulista, que conta com o melhor ataque do torneio, com 33 gols, só quatro deles (12%) foram anotados por reservas. Três deles do atacante Davi, o único jogador do banco a atuar em mais de cinco confrontos do time no torneio.
"Nós jogamos assim porque não temos escolha. Mas conseguimos chegar até aqui [final] dessa forma, sem mudar muito, e hoje vamos repetir novamente", declarou Zetti, que cita a disciplina do time como virtude para conseguir manter a mesma equipe em 12 partidas do torneio. O Paulista teve apenas dois atletas expulsos na competição estadual.
Já no São Caetano, equipe que mais levou cartões amarelos no torneio (36), a disciplina se tornou secundária graças ao poderio de seu banco. O próprio time de Jundiaí sentiu na pele a força dos reservas do clube do ABC.
Nos dois duelos entre as equipes no Estadual, 50% dos oito gols do São Caetano foram anotados por eles. No primeiro jogo da final, inclusive, dois gols da vitória por 3 a 1 saíram dos pés do suplente Warley, que já foi titular e hoje novamente começará no banco. Ele foi preterido por Euller, que só ganhou um lugar entre os 11 principais do time na segunda partida da semifinal. Como reserva, marcou duas vezes.
"Esse time [do São Caetano] qualquer um gostaria de treinar, tantas são as opções que eu tenho", empolga-se o técnico Muricy Ramalho.
"Nós da comissão técnica temos nossos méritos, mas foi por causa de tanta qualidade que chegamos até aqui. Temos um grupo muito bom", completa o treinador.
Durante a semana, Muricy se deu ao luxo de poupar sete titulares no jogo derradeiro do time na primeira fase da Libertadores.
Mesmo assim, a equipe bateu o Strongest nos 3.600 m de altitude de La Paz por 2 a 0 e vai decidir uma vaga à próxima fase na repescagem da competição.
"O São Caetano foi montado para o Paulista e a Libertadores. É o elenco dos sonhos de qualquer treinador", diz o rival Zetti.
Hoje, Muricy colocará em campo todos os seus titulares. O ala Gilberto, que não atuou na última partida por estar suspenso, volta ao time, que atuará no 3-5-2.
O Paulista também não terá surpresas. Pela 13ª vez, o time titular estará em campo. E Davi deve entrar durante o jogo. "Temos condições para obter o título com isso", afirma Zetti. (EDUARDO ARRUDA E MARCUS VINICIUS MARINHO)


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