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Paulista corre atrás de identidade
e tenta voltar a ser apenas Paulista
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes mesmo do título inédito
do Estadual, o Paulista busca
reencontrar já há algum tempo
uma identidade perdida com as
freqüentes mudanças de nome do
clube, ocorridas principalmente
na década de 90.
Na cidade de Jundiaí, é quase
uma blasfêmia não se referir ao finalista do Estadual como Paulista.
Mas muita gente ainda faz confusão. E ela começou 95 anos atrás,
quando o tradicional clube foi
fundado por funcionários da
Companhia Paulista de Trens
Ferroviários. Na reunião que oficializou a criação do clube, Carlos
de Salles Bloch, que secretariava o
encontro, se referiu à nova agremiação como Jundiahy Football
Club, o antigo clube dos empregados da companhia. Mas logo depois corrigiu a gafe.
De lá para cá, jamais o Paulista
conseguiu ser só Paulista. Nos
anos 90, principalmente, as constantes crises financeiras fizeram
com que investidores interferissem no nome da equipe.
Em 1995, a Lousano, empresa
de fios e cabos elétricos, assumiu
o futebol do time, que passou a se
chamar Lousano Paulista.
Em 1998, uma nova parceria
com a multinacional de laticínios
Parmalat fez a equipe se transformar em Etti Jundiaí.
O Paulista fora abolido por ser
homônimo de empresa concorrente da Parmalat.
Em 2002, com a saída dos italianos, o clube passou a ser Jundiaí
Ltda. No mesmo ano, um plebiscito entre a população da cidade
devolveu ao time o nome de Paulista Futebol Clube.
"Eu considero o Paulista só até
1995 e agora. Nesse período que
mudou de nome, foi um outro
clube", diz o historiador do time,
Luis Antonio Oliveira.
No período em que a Parmalat
comandou o futebol do clube, algumas rádios locais e os próprios
torcedores se recusavam a utilizar
o nome da equipe (Etti Jundiaí) e
chamavam o time apenas de "Galo", símbolo do time.
"Essas mudanças fizeram com
que perdêssemos um pouco de
nossa identidade, mas vamos mudar isso", diz o diretor de marketing do Paulista, Roberto Rappa.
Segundo ele, algumas ações, como a distribuição de kits do time e
a criação de um museu do clube,
devem reaproximar a população
do Paulista.
"Queremos distribuir camisetas, babadores, chupetas e diplomas com o nome do Paulista a toda criança que nascer em Jundiaí", afirma Rappa.
Para isso, ele busca o apoio de
uma empresa para financiar o
projeto, que inclui ainda a visita
de estudantes da região ao time.
O holandês PSV Eindhoven,
uma das potências da Europa,
que está prestes a assinar convênio com o clube, é candidato. Mas
sob uma condição: o Paulista continuará Paulista.
(EAR E MVM)
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