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Aos 36, Sampras se sente competitivo
Recordista de títulos de Grand Slam, porém, rechaça volta ao circuito, mesmo após derrotar Federer no ano passado
Pela primeira vez no Brasil, americano disputará etapa de São Paulo do circuito de veteranos da ATP e estreará amanhã, diante de Meligeni
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
Quase seis anos após sua aposentadoria, o ex-tenista americano Pete Sampras, 36, afirma
que ainda se sente competitivo,
mas refuta qualquer possibilidade de retornar ao circuito
profissional, onde foi dominante na década passada.
Ele diz que essa possibilidade
não passou em sua cabeça nem
mesmo quando derrotou o
atual líder do ranking, o suíço
Roger Federer, no final do ano
passado, em uma partida da série de exibições que fizeram.
"Foi desafiador e divertido,
mas ganhar uma partida do Federer é muito diferente de voltar ao circuito", disse Sampras.
Na temporada passada, apenas seis tenistas conseguiram
derrotar Federer. Questionado
se seria pelo menos top 10 se
voltasse a atuar, o americano
respondeu que era uma pergunta de difícil resposta.
"Posso dizer que me sinto
competitivo. Se treinar um
pouco e ficar em forma, posso
ser bastante competitivo na
grama ou quadra dura", afirmou Sampras, que está no Brasil pela primeira vez para disputar o Grand Champions Brasil, etapa do circuito de veteranos da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).
"Posso ser competitivo, mas
não sei se sou capaz de ganhar
vários jogos na seqüência. Mas
ainda posso sacar muito bem."
Sampras chegou ontem a São
Paulo, cidade que considerou
parecida com Los Angeles
("Muita gente, muito trânsito"), e atendeu a Folha com raquete embaixo do braço após
bater bola na quadra do hotel.
Logo após a aposentadoria,
Sampras disse que teve a mesma sensação de Gustavo Kuerten, que afirmou querer descansar do tênis e não se vê disputando jogos de exibição ou
campeonatos de veteranos.
"Mas, depois de três, quatro
anos, você começa a sentir falta
da competitividade. Você procura algo para se tornar seu foco, e tênis é algo que ainda consigo fazer bem", afirmou.
Sampras contou que nos últimos anos cansou de responder
quem é melhor, ele ou Federer.
"É difícil dizer quem é melhor.
Cada década, cada geração teve
um grande jogador", disse
Sampras, que fez questão de citar o australiano Rod Laver,
dono de 11 títulos de Grand
Slam na década de 60, como
um dos três melhores da história, ao lado dele e de Federer.
O suíço, de acordo com Sampras, vai quebrar seus recordes,
como o de 14 títulos de Grand
Slams (Federer tem 12), e deve
manter seu domínio no circuito por mais alguns anos.
Assim como Federer até agora, Sampras não conseguiu
triunfar no saibro de Roland
Garros. Atribuiu isso a sua formação como tenista.
"Como o Roger, eu não cresci
acostumado a jogar no saibro.
Cresci nas quadras duras da
Califórnia", afirmou ele, que
disse ter tentado diversas estratégias na busca pelo único
Grand Slam que não venceu.
Em determinados anos, procurou atuar mais no saibro. Em
outros, limitou os jogos no piso. "Deveria ter tentado um
pouco mais de tecnologia, ter
tentado usar raquetes maiores,
mudado a tensão do encordoamento para conseguir mais
efeito e velocidade do que
usando raquetes menores, mas
jogar bem no saibro não é uma
tarefa simples", analisou.
O ex-tenista disse estar recuperado da lesão nas costas que
o impediu de vir ao Brasil no
mês passado e acabou provocando o adiamento do torneio.
Sua estréia no evento ocorrerá amanhã diante do brasileiro
Fernando Meligeni, contra
quem tem retrospecto de 1 a 1.
O brasileiro considera a vitória sobre a "lenda" como a
maior da carreira, mas Sampras disse não se lembrar da
partida de 1999, em Roma.
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