|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TOSTÃO
Duas seleções com problemas
Brasil e Argentina estão com vários problemas e piores
que as principais seleções que disputam a Eurocopa
ASSIM COMO aconteceu com a
Colômbia e com o Uruguai
(mesmo no Morumbi), o Paraguai, no período em que teve 11
jogadores, marcou por pressão, tomou a bola com facilidade e dominou o jogo. Os três volantes, Diego e
os laterais não conseguiram sair da
marcação.
Não foi surpresa.
Toda equipe que marca por pressão é mais vibrante e ofensiva, mesmo quando joga fora de casa. Se a
partida é em casa, essa pressão entusiasma a torcida, que estimula os
atletas a correrem e pressionarem
ainda mais. Cria-se um forte laço
afetivo e de união entre os jogadores
e torcedores. Foi o que fez o Sport
contra o Corinthians, o Paraguai
contra o Brasil e tantos outros
exemplos.
Além de treinos de cruzamentos e
de bolas paradas -os técnicos só
pensam nisso-, um time bem treinado precisa fazer e sair bem de uma
marcação por pressão, enfrentar
bem uma retranca e, ao mesmo tempo, se preparar para o contragolpe,
saber jogar com um atleta a mais ou
a menos, atuar recuado para contra-atacar e tantas outras situações que
podem acontecer em uma partida.
Dunga e outros técnicos dirão
que não há tempo para treinar. Mas
existe tempo para treinos recreativos, para treinos de dois toques na
metade do campo e com jogadores
fora de posição, para longos treinos
coletivos e para outros treinos que
não são inúteis, mas que não são
prioritários.
É preciso também saber ensinar e
orientar. Uma boa conversa vale, às
vezes, muito mais que mil treinamentos.
Antes do jogo contra o Paraguai,
Dunga e alguns comentaristas ficaram entusiasmados com o time após
a entrada de Gilberto Silva no lugar
de Anderson. Técnico que precisa de
treinos coletivos para escalar a equipe não sabe o que quer. Por isso,
mestre Didi disse que "treino é treino". Ele não quis diminuir a importância de treinar.
É importante ter pelo menos três
jogadores que marcam no meio-de-campo, sejam chamados de volantes
ou não, e desde que dois deles avancem também com talento.
Além disso, Josué e Mineiro jogavam bem no São Paulo porque marcavam por pressão e tomavam a bola
no campo do adversário. Foi o que os
volantes do Paraguai fizeram contra
o Brasil.
A Argentina possui também várias deficiências. O goleiro e os dois
zagueiros são piores que os do Brasil. Os laterais ou alas apóiam pouco,
e não há atacantes pelos lados. Messi, que faz isso muito bem no Barcelona, tem atuado pelo meio, onde é
mais fácil de ser marcado.
Como Messi volta muito atrás para receber a bola, e Riquelme é um
armador, Aguero fica isolado na
frente.
A festa está pronta.
Não é correta a informação de que
57 mil ingressos foram colocados à
venda nas bilheterias. Parte desses
bilhetes foi vendida e/ou distribuída
para empresas, federações, políticos, celebridades e convidados.
Enquanto isso, milhares de torcedores não conseguiram comprar ingressos para o jogo. São também
muito caros.
O torcedor da partida de hoje não
é o que vai com freqüência aos estádios torcer por seus clubes.
O mesmo vai acontecer na Copa
de 2014.
Texto Anterior: São Paulo: Por brasileiro, Muricy "cancela" festa ante Sport Próximo Texto: CBF anuncia lei seca para festa Índice
|