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BRASIL X MÉXICO
Jogo com México vale vaga nas semifinais da Copa América do Peru e sobrevida
para a seleção B
Aspirantes põem à prova opção de risco de Parreira
FERNANDO MELLO
ENVIADO ESPECIAL A PIURA
O Brasil B joga hoje, às 22h30,
contra o México mais que a classificação para as semifinais da Copa
América. Os aspirantes à seleção
A farão, na verdade, a prova dos
nove da opção de Carlos Alberto
Parreira de chamar só reservas
para disputar o mais importante
torneio de seleções do continente.
Uma vitória em Piura, na primeira partida do Brasil ao nível
do mar no torneio peruano, dará
ao técnico da seleção vários motivos para comemorar.
Em primeiro lugar, Parreira irá
obter sua melhor performance
pessoal na Copa América. Somando as duas edições que disputou, em 1983 e em 1993, o treinador soma apenas três vitórias,
com aproveitamento de 46%.
De quebra, ele superará a campanha da equipe de Luiz Felipe
Scolari na Colômbia, em 2001.
Naquela Copa América, a seleção
voltou para casa após derrota por
2 a 0 nas quartas-de-final. O vexame foi marcante, pois o algoz foi a
inexpressiva Honduras.
A classificação ainda lhe dará
mais dois jogos para testar e dar
entrosamento ao time B, sua principal meta no Peru -mesmo derrotado na semifinal, o Brasil ainda
disputará o terceiro lugar.
Mas o principal feito brasileiro
na classificação será ter vencido
com uma seleção sem estrelas o time que até aqui é o bicho-papão
da Copa América. O México, que
bateu a Argentina por 1 a 0, foi a
melhor equipe da primeira fase.
Se, por outro lado, os pupilos de
Parreira fracassarem, o técnico terá conhecido o segundo revés nas
duas competições de que participou em sua terceira passagem pela seleção. Além disso, o time aumentará a fama recém-conquistada de freguês dos mexicanos (não
os vence há cinco anos). Mais: o
Brasil sofrerá sua segunda derrota
seguida, algo que não acontece há
dois anos. E, para terminar, o futuro dos "meninos da Copa-2010"
começará manchado logo na primeira chance na seleção.
Como parte da estratégia para
reanimar seus comandados após
o baque sofrido com a inesperada
derrota para o Paraguai, na quarta-feira, Parreira e o coordenador
Zagallo tentam minimizar um
eventual revés em Piura.
"Perder para o México não será
um desastre. Já fomos derrotados
outras vezes, e o mundo não acabou. Não tem mais esse negócio
de um time não perder para o outro. Hoje em dia, até a Venezuela
ganha do Uruguai, e a Turquia
termina em quarto lugar em uma
Copa do Mundo", disse o técnico.
Zagallo vai na mesma linha do
colega. "É um time jovem, que
nunca jogou junto. O que importa
é que as observações foram feitas,
o nosso objetivo foi alcançado." E
emenda: "Mas queremos a taça".
Para Parreira, um eventual revés não vai prejudicar a carreira
dos atletas recém-chegados à seleção. "O importante foi a convivência, o dia-a-dia. Ninguém vai
sair daqui com o pavio queimado.
Todos são jogadores reconhecidos, e não será uma derrota que
apagará o que eles fizeram no futebol. São jogadores jovens, com
um futuro brilhante pela frente."
Entre os atletas, o discurso é o
de que o Brasil B, apesar de bastante jovem, já tem bagagem internacional para fazer frente a
qualquer seleção do mundo.
"O pessoal está acostumado a
jogar partidas decisivas, são todos
atletas bem-sucedidos nos clubes
que defendem. Somos um grupo
experiente", disse o meia Alex.
Pedra no sapato do Brasil nos
últimos tempos, o México entrará
em campo com oito jogadores
que enfrentaram a seleção no último confronto entre as equipes, na
Copa Ouro, em 2003 -vitória de
1 a 0 dos mexicanos.
Além do "excesso de glóbulos
vermelhos", figura usada por Parreira para definir a correria dos
mexicanos na primeira fase, o
Brasil enfrentará um tabu incômodo. Não vaza um goleiro mexicano há 360 minutos -nos últimos quatro jogos, foram três
triunfos do México e um empate.
Se houver empate nos 90 minutos, a vaga na fase semifinal será
definida na cobrança de pênaltis.
NA TV - Globo, ao vivo, a
partir das 22h30
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