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Brasiliense pratica preço irregular para encher seu estádio na Série B
DANIEL BUARQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
Com pechincha de ingressos
abaixo do permitido no regulamento, o Brasiliense, criado há
apenas quatro anos, já tem o sexto
maior público da Série B.
A forte torcida faz com que o
clube do Distrito Federal não tenha perdido nenhum jogo em seu
estádio, onde apresenta um aproveitamento de 80%. Nas partidas
fora de Brasília, porém, o índice o
índice cai para 47%.
Em Brasília, pesam a favor do
Brasiliense os ingressos mais baratos da competição: R$ 2,86 em
média (divisão da renda pelo público das partidas em Brasília).
O time, o único do Distrito Federal disputando um campeonato nacional, apresenta uma boa
campanha na segunda divisão. É
o terceiro colocado, um ponto
atrás do líder Náutico.
O regulamento da Série B não
permite que ingressos sejam vendidos por menos de R$ 10 "com
exceção das meias-entradas para
estudantes e dos ingressos para
associados e similares, limitados
ao valor mínimo de R$ 5".
Mas o Brasiliense oferece bilhetes a partir de R$ 2,50.
O desvio nos preços faz com que
o clube seja o sexto em média de
público nos confrontos em casa
(7.713 pessoas por jogo). E apenas
o 11º em renda acumulada (índice
de R$ 22.116,25 por partida).
Enquanto a média dos preços
dos ingressos cobrados na Série B
é de R$ 7,52, os torcedores do Brasiliense podem apoiar seu time e
assistir aos jogos por um valor
que é quase um terço do que se
paga em outros Estados.
Segundo Peter Silva, diretor-presidente da FBA (Futebol Brasil
Associados -entidade que rege a
Série B), o valor mais baixo que
pode ser cobrado é R$ 5, para sócios ou estudantes. "Se ele estiver
vendendo ingressos abaixo deste
preço está descumprindo o regulamento e deve ser punido."
O regulamento afirma que o
clube infrator deve complementar os valores correspondentes às
diferenças verificadas. De acordo
com o dirigente da FBA, a fiscalização é atribuição da CBF.
O diretor técnico da confederação, Virgílio Elísio da Costa Neto,
afirma que se trata de uma infração a ser investigada.
"Vou procurar conversar com o
presidente do clube para tentar
mudar esta situação de forma civilizada. É óbvio que cobrar R$
2,50 está errado. Pelo regulamento, ele não poderia vender nenhum ingresso nem por R$ 4,99."
O dirigente explicou que a fiscalização é feita na análise dos borderôs. "Mas só se fosse analisado
cada borderô para perceber a irregularidade", declarou ele.
Os outros clubes da Série B, que
conta hoje com 24 times, cobram
valores médios acima dos R$ 5
permitidos pelo regulamento.
O Joinville tem a segunda mais
baixa média de preços: R$ 5,19. É
seguido pelo Santa Cruz, R$ 5,32.
O ingresso mais caro da competição é o dos jogos em Goiás. O Vila Nova cobra R$ 10 pela entrada,
e o Anapolina tem bilhetes ao preço médio de R$ 10,75. Um dos reflexos do valor é que o time do interior goiano tem o quinto menor
público do campeonato.
Entre os times da Série A, não
existe nenhum desvio significativo entre os preços dos ingressos.
Todos cobram média acima dos
R$ 7 permitidos para meia-entrada de estudantes e associados.
O ingresso mais barato é o do
Figueirense, R$ 8,37 , e o mais alto
o do Botafogo, R$ 16,34. O time
catarinense tem a terceira maior
média de público, enquanto o carioca tem a menor.
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