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F-1
Brasileiro, que teve problemas na largada em 4 GPs neste ano, diz que sair na frente não é meio caminho para a vitória
Pole, Barrichello só quer conseguir largar
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BUDAPESTE
Rubens Barrichello deu ontem
um importante passo para vencer
o GP da Hungria. Sem ser ameaçado por ninguém, o brasileiro
conquistou a pole em Hungaroring, pista onde as ultrapassagens
são praticamente impossíveis.
Nos 16 GPs já disputados em
Budapeste, em sete ocasiões
(43,7%) a vitória ficou com o piloto que largou na ponta. E em dez
oportunidades (62,5%), o vencedor saiu da primeira fila.
Até isso, ontem, correu em favor do brasileiro. Em segundo,
larga justamente Michael Schumacher. Durante a semana, o alemão declarou que ajudaria o
companheiro de equipe a fechar a
temporada como vice-campeão.
Escaldado, porém, Barrichello
evitou comemorações efusivas.
Alegou que a parte mais complicada do trabalho será hoje: conseguir largar sem panes técnicas.
"Acho que a pole, para mim,
não é meio caminho andado para
a vitória. É meio caminho para fazer uma boa largada, para estar
tranquilo no grid. Amanhã [hoje",
quero apertar os botões, ver tudo
funcionar e um abraço."
O brasileiro enfrentou problemas nas largadas de quatro corridas neste ano, incluindo as duas
últimas. Na França, uma falha em
um sensor o impediu de mover o
carro. Na Alemanha, precisou recorrer ao carro reserva pouco antes do fechamento dos boxes, já
que o titular apresentou um defeito no câmbio indo para o grid.
O GP da Hungria, 13ª etapa do
Mundial de F-1, começa às 9h
(horário de Brasília), com TV.
Elogios
O desempenho de Barrichello
foi elogiado ontem pela Ferrari.
"Assistimos a uma boa batalha
entre nossos pilotos, e Rubens
conseguiu um resultado grandioso", afirmou Ross Brawn, diretor-técnico e estrategista do time.
"Rubens fez um excelente trabalho. Estou muito feliz com o resultado, principalmente numa
pista em que as ultrapassagens
são tão difíceis", completou Jean
Todt, diretor esportivo ferrarista.
Apesar da diferença de apenas
0s059 nos tempos do treino oficial, Schumacher não chegou a
pôr em risco a pole do brasileiro.
Logo em sua segunda saída para
a pista, Barrichello cravou
1min13s346, marca que já lhe daria a primeira posição. O pentacampeão não conseguiu alcançá-lo. Fez 1min13s392 em sua última
tentativa, e o brasileiro, em sua
volta derradeira, ainda melhorou
seu tempo: 1min13s333.
"Dessa vez, não consegui alcançar o Rubens. Tive uma chance na
minha última volta, mas perdi
tempo na curva 12 [a antepenúltima do circuito"", disse.
Foi a terceira pole position de
Barrichello nesta temporada, algo
que o Brasil não conseguia desde
1994, com Ayrton Senna.
Foi, ainda, a sexta pole da carreira do ferrarista, que conseguiu
igualar um de seus ídolos, o bicampeão Emerson Fittipaldi.
"É muito legal igualar a marca
de alguém do tamanho do Emerson, que sempre foi um superpiloto. Mas, no dia em que eu igualar o número de títulos dele, vou
ficar mais feliz", disse, sorrindo.
O outro brasileiro na F-1, Felipe
Massa, também fez um bom treino. Com o carro da Sauber, ele
larga em sétimo lugar, à frente de
seu companheiro, Nick Heidfeld.
Depois de passar as últimas semanas lendo notícias de que seu
emprego estava ameaçado, o novato desabafou: "Esse resultado
foi uma resposta aos meus críticos. Para ir bem nessa pista, o cara
tem que saber guiar".
NA TV - GP da Hungria, na
Globo, ao vivo, às 9h
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