São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2008

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JOSÉ GERALDO COUTO

Tudo azul




Ao vencer um rival direto, o Grêmio confirma seu favoritismo, mas não pode esquecer a lição do Flamengo


APESAR DA chuva em Porto Alegre, o céu não poderia estar mais azul para o Grêmio. Ao vencer ontem o São Paulo, abrindo 11 pontos de distância para o tricolor paulista e cinco para o vice-líder Cruzeiro, o time de Celso Roth consolidou o seu favoritismo. O único perigo, agora, é "virar o fio" antes da hora. Só uma série de maus resultados, como a que derrubou o Flamengo, poderá tirar o Grêmio da ponta. E isso é altamente improvável, dada a consistência do elenco e da "mecânica de jogo" gremista, para usar a expressão popularizada por Celso Roth. (Ontem o capitão Tcheco a repetiu em entrevista antes da partida.) Pena que o gol da vitória de ontem tenha sido feito em posição irregular. Impossível saber o que aconteceria na partida se o lance tivesse sido anulado. Foi um confronto equilibrado, em que o São Paulo se ressentiu da ausência de Hernanes e da falta de entrosamento do estreante Anderson com o resto da defesa. Considero prematura a decretação, feita ontem nas transmissões de TV, de que o tricolor paulista está praticamente fora da disputa pelo título. Tem muita bola para rolar ainda por esse Brasil afora, e o São Paulo não é um time qualquer. Tudo azul para o Cruzeiro também, que segue no encalço do líder sem deixar a distância se ampliar. Um eventual tropeço do Grêmio e a Raposa funga no seu cangote. Vai ser, imagino, um segundo turno disputado, empolgante e imprevisível, sobretudo por causa das muitas mudanças nos elencos. Como será, por exemplo, o desempenho do Palmeiras pós-Valdivia?

Feitiço da Vila
O Santos ameaça, ameaça, mas não consegue tirar o pé da lama. Ontem, tinha tudo para sair da Vila Belmiro sorridente, com uma vitória de virada e um pé fora da zona de degola. Saiu só com o artilheiro do campeonato, o incrível Kléber Pereira. Triste consolo. Para piorar, o Peixe perdeu por contusão pelo resto do torneio o jovem Maikon Leite, que vinha sendo um de seus valores mais efetivos. Até parece que enterraram algum bicho no campo da Vila. Uma baleia, a julgar pelo tamanho da crise.
Briga de gente grande
A seleção olímpica masculina praticamente só jogou na prorrogação contra Camarões, que já tinha um jogador a menos fazia tempo. Bastou para chegar à semifinal. Agora é que são elas. O adversário é a Argentina, um time também recheado de talentos (Riquelme, Messi, Gago, Mascherano), também experiente e aparentemente mais bem armado. Isso significa que os argentinos são favoritos? De modo algum. Contra os hermanos nosso futebol sempre cresce, tanto em inspiração como em transpiração. É um daqueles clássicos que nunca têm favorito. Eis um jogo que valerá a pena acordar cedo para ver.
Videocassetada
O lance mais bisonho da rodada foi o gol contra de Bolívar, do Inter, que abriu a porteira para a goleada do Vasco. Ele recuou e Clêmer, em vez de amortecer, furou espetacularmente. Nem na várzea se vê mais uma maravilha como essa. jgcouto@uol.com.br


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