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NATAÇÃO
Phelps sonha com férias e quer treinar para ser velocista
Depois da façanha de obter oito ouros, nadador
afirma a técnico que deseja testar novos eventos
Fenômeno norte-americano diz ainda que terá de voltar a dar duro no ano que vem para permitir que sua mãe siga viajando pelo mundo
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A PEQUIM
Após atingir a performance
mais avassaladora da história
olímpica, com oito ouros, o
norte-americano Michael
Phelps só quer saber de férias.
Mas, após matar a saudade da
família, dos amigos e de sua cama, o fenômeno da natação planeja se aventurar em uma nova
seara: as provas de velocidade.
Para isso, terá de dobrar seu
técnico, Bob Bowman. "Quero
testar novos eventos. [Ser velocista] é algo que posso fazer,
mas não sei se o Bob vai aprovar", disse ele, que se despediu
em Pequim dos 400 m medley,
uma de suas especialidades.
No Cubo d'Água, o nadador
superou anteontem o recorde
de Mark Spitz de sete medalhas
em uma mesma Olimpíada, obtido em Munique-1972. Com a
vitória no 4 x 100 m medley, somou a oitava medalha dourada
e o sétimo recorde mundial.
Seu plano de se tornar velocista, porém, não parece entusiasmar tanto Bowman, embora ele saiba que o pupilo está
um pouco cansado da rotina de
treinos exaustivos diários.
"Teremos de ver o quão afiado ele está para provas de velocidade. Ele acha que pode ser
fácil, mas não será. Há mudanças de treino envolvidas, ele é
mais apto para provas longas.
Será uma mudança, mas pode
ser boa", afirmou Bowman.
Agora, porém, Phelps só pensa em férias. Ele deve viajar para os EUA no dia 21. "Tudo o
que eu quero é deitar na minha
cama por cinco minutos."
O nadador classificou como
perfeita sua semana em Pequim. Só mudaria a atuação nos
200 m borboleta. Ele venceu a
prova e bateu o recorde mundial. "Tive o problema de entrada água nos óculos que me atrapalhou. Posso ir mais rápido."
As principais recordações
dele, no entanto, não serão levadas da piscina. Na Vila Olímpica, foi um atleta comum e até
tietou o tenista Rafael Nadal.
"Ficamos no mesmo local
que todos os nadadores, os atletas do time de atletismo, os boxeadores. A gente passava horas na mesa, rindo. Foi bom conhecer os outros atletas, eu me
senti parte da equipe dos EUA."
Phelps também ficou impressionado com relatos de
amigos nos EUA. Segundo a
NBC, 66 milhões de TVs estavam ligadas na prova em que
saiu o sétimo ouro. No 4 x 100
m medley, que rendeu a ele o
oitavo ouro, a emissora registrou sua maior audiência no
horário nobre em 18 anos.
"Um amigo me contou que
estava assistindo a um jogo de
beisebol e que todos pararam
para me ver nadando do telão.
Em um jogo de beisebol! Às vezes, tenho que me beliscar para
saber se estou sonhando."
Após as férias, Phelps volta a
treinar. Em 2009, tem de voltar
à seleção dos EUA para o Mundial de Roma. São ordens. "Minha mãe disse que me quer no
time para que ela possa continuar viajando. Se é desejo de
mamãe, vamos seguir treinando para fazer isso acontecer."
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