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FUTEBOL
Ronaldinho marca dois e Denílson dribla, enquanto Ronaldo bate recorde de impedimentos contra a Catalunha
Trio ofensivo varia do encanto à timidez
DOS ENVIADOS A BARCELONA
Um marcou dois gols e novamente salvou a equipe. O outro,
com seus dribles, serviu muito
bem os companheiros. Já o último, o mais famoso da turma, ficou 69 minutos em campo sem
produzir praticamente nada.
No trio ofensivo da seleção brasileira na vitória de 3 a 1 sobre a
Catalunha, o atacante Ronaldo foi
a grande decepção.
Enquanto Ronaldinho e Denílson monopolizaram os melhores
momentos do time, o jogador da
Inter de Milão mais atrapalhava
do que ajudava -sua única boa
jogada foi um passe para uma bela finalização ao atacante do Betis.
Segundo os números do Datafolha, Ronaldo teve sua performance no time nacional menos
produtiva desde que voltou ao time, em amistoso contra a Iugoslávia, no final de março.
Sem ritmo, ele foi o principal
responsável pelo time marcar um
recorde negativo na era Scolari.
Quase sempre atrasado, ficou
cinco vezes impedido (a média da
seleção brasileira na gestão do
atual treinador é de apenas dois
fora de jogo por partida).
Conseguiu finalizar apenas
duas vezes, ambas erradas (em
uma delas, a bola saiu perto da
bandeira do escanteio). Nos jogos
contra Iugoslávia e Portugal, mesmo jogando apenas 45 minutos
em cada confronto, finalizou sete
vezes, com precisão de 71%.
"Estou satisfeito. Achei que fui
bem", disse o jogador da Inter,
negando que tenha jogado mal.
Sem poder contar com Ronaldo, o Brasil se salvou no jogo de
ontem graças à habilidade de Ronaldinho e Denílson, já que Emerson e Kleberson, que jogou no lugar de Gilberto Silva, pouco ajudavam na ligação entre defesa e
ataque (no primeiro tempo, a dupla não conseguiu fazer um lançamento sequer).
Até marcar o primeiro gol, aos
22min, o time de Scolari era pior
do que a Catalunha, que não disputa competições oficiais.
Com Cafu em dia pouco inspirado, errou todos os quatro cruzamentos que tentou, os sul-americanos precisaram de um lance
de bola parada para inaugurar o
placar. Em cobrança de falta perfeita, Ronaldo marcou.
O jogador do Paris Saint-Germain se revezava com Denílson
para envolver os desentrosados
zagueiros catalães.
A dupla, segundo o Datafolha,
foi responsável por praticamente
todos os bons momentos ofensivos do Brasil. Dos 21 dribles da
equipe, 15 foram dos dois. Das 11
finalizações, nada menos do que
seis foram de autoria de Ronaldinho, que jogou com a camisa dez,
e Denílson, que só começou a partida devido aos problemas físicos
de Rivaldo. Outros desfalques foram o zagueiro Lúcio, também
machucado, e o lateral Roberto
Carlos, poupado.
Foi em uma jogada individual
que os visitantes ampliaram o placar. Aos 45min, Ronaldinho se livrou de um defensor, avançou e
tocou na saída do goleiro. Nos últimos dois jogos da seleção, ele
marcou três vezes.
Scolari voltou para o segundo
tempo com a mesma formação,
mas o time não manteve o ritmo
da etapa inicial e mostrou deficiências na defesa.
Em um cruzamento, aos 18min,
García cabeceou livre, Marcos espalmou de forma atrapalhada e a
bola acabou entrando e garantindo o gol de honra da seleção da
Catalunha.
A partir desse momento, com a
ajuda das substituições, o ritmo
da partida diminuiu bastante. Aos
24min, Scolari sacou Ronaldo e
Ronaldinho, que deixaram o
campo sob os aplausos da torcida.
Mesmo desfigurado, o Brasil teve forças para fazer o terceiro. Na
sobra de um rebote adversário, o
zagueiro Edmílson, aos 31min,
chutou da entrada da área para fechar o placar.
(FÁBIO VICTOR, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)
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