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AUTOMOBILISMO
Sistema de proteção dos muros da pista oval de Indianápolis minimiza impacto causado pelos acidentes
Barreira vira nova vedete das 500 Milhas
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
A uma semana das 500 Milhas
de Indianápolis, a prova mais tradicional do automobilismo americano, a maior vedete do evento é
uma barreira de proteção.
Desenvolvida desde 1998 por
técnicos da IRL (Indy Racing League), da Nascar -a stock car dos
EUA- e da Universidade de Nebraska, a Safer, como foi batizada,
tem como função minimizar o
impacto causado pelas batidas no
oval de Indianápolis, onde os carros ultrapassam os 360 km/h.
Desde o último dia 5, quando as
equipes entraram pela primeira
vez na pista para treinar, a barreira já "livrou a cara" de vários pilotos, entre eles o brasileiro Bruno
Junqueira, que larga na pole na
86ª sexta edição da corrida.
Além dele, Robby McGehee, PJ
Jones, Mark Dismore e George
Mack também já testaram a eficiência do novo sistema, cujo
princípio é bem simples.
Feitos de tubos de aço unidos,
os módulos são posicionados paralelamente ao muro das curvas
-os pontos mais críticos do circuito- apoiados em várias camadas de espuma, cuja função é
amortecer o impacto das batidas.
"O desafio maior é que nós precisávamos criar uma barreira forte o suficiente para absorver um
grande impacto e ainda assim
manter sua integridade para que a
corrida pudesse prosseguir sem
atrasos ou com pequenos reparos", explica Dean Sicking, da
Universidade de Nebraska, um
dos mentores do projeto.
No total, mais de 1,3 km de barreiras foram instaladas no Indianapolis Motor Speedway, cuja extensão é de 2,5 milhas -cerca de
4 km. Cada uma das quatro curvas do circuito oval recebeu pouco mais de 320 m do novo sistema
de absorção de impacto.
Os custos para a instalação da
Safer são relativamente baixos.
Cada 30,5 cm da barreira custam
US$ 175. Em Indianápolis foram
gastos cerca de US$ 740 mil (aproximadamente R$ 1,8 milhão).
Os pilotos aprovaram a adoção
das novas barreiras. "Segurança
em primeiro lugar. Estou feliz por
terem inventado alguma coisa para nos proteger", diz Hélio Castro
Neves, da Penske, vencedor das
500 Milhas em 2001. "Agora estão
melhorando a segurança das pistas e não só dos carros."
"Espero não experimentar",
brinca Tony Kanaan, que corre na
Indy, na equipe Mo Nunn, e participará da prova neste ano.
Segundo os inventores da Safer,
o objetivo agora é instalar as barreiras em outras pistas nos EUA.
Quanto ao uso em outras categorias do automobilismo, isso vai
depender da aprovação das respectivas entidades responsáveis.
Tony George, proprietário do
Indianapolis Motor Speedway já
afirmou que sua intenção é deixar
as barreiras no circuito para o GP
dos EUA de F-1, em setembro, e
para a Brickyard 400, da Nascar.
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