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Pequim restringe carros e obras
Para atenuar os níveis de poluição, cidade implementa rodízio radical e paralisa 3.000 construções
Medida entrará em vigor
amanhã, e autoridades esperam que a população utilize metrô e ônibus, que já estão sobrecarregados
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
A partir de amanhã, os 3,3
milhões de carros de Pequim só
poderão circular em dias alternados. O rodízio radical, entre
as placas pares e ímpares, pretende retirar 50% da frota para
reduzir os congestionamentos
e diminuir a poluição a menos
de 20 dias da Olimpíada.
Também amanhã começa a
paralisação de 3.000 obras em
construção na capital chinesa,
de shoppings a arranha-céus.
Milhares de operários, que ficarão temporariamente desempregados, foram mandados de
volta às suas Províncias de origem por não ter permissão de
residência em Pequim.
Espera-se que 4 milhões de
pessoas, proibidas de circular
metade da semana com seus
carros particulares, passem a
utilizar os já sobrecarregados
sistemas de metrô e ônibus da
capital chinesa.
Ônibus, táxis, ambulâncias e
carros credenciados e do corpo
diplomático estão isentos do
rodízio em Pequim.
Desde o dia 1º de julho, 300
mil caminhões estão proibidos
de transitar pela cidade. Hoje é
o último dia para toda a administração nacional se adaptar à
retirada de 70% dos carros oficiais de circulação.
Caminhões, carros e veículos
oficiais voltarão ao congestionamento de sempre somente
no final de setembro.
A poluição é considerada o
maior problema pela organização às vésperas dos Jogos. Dezenas de atletas já manifestaram preocupação em competir
sob o ar contaminado da cidade, uma das cinco mais poluídas do mundo.
Várias seleções estão treinando no Japão e só irão para
Pequim no último minuto.
Um atleta em competição
inala até dez vezes mais que
uma pessoa normal. O presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Jacques
Rogge, disse no ano passado
que algumas provas poderiam
ser adiadas se a poluição persistisse na cidade-sede dos Jogos.
As autoridades chinesas não
querem correr o risco.
"O governo municipal reconhece a inconveniência causada pelas medidas de controle de
tráfego", declarou o porta-voz
do Departamento de Transportes da Prefeitura de Pequim,
Zhou Zhengyu.
Os motoristas afetados pelo
rodízio serão compensados
com a isenção de taxas e impostos veiculares por três meses, o
que vai custar aos cofres municipais cerca de 1,3 bilhão de
yuans (R$ 350 milhões).
Quem usar o carro em um dia
proibido perde a isenção e pagará os três meses.
A capital chinesa inaugura
também amanhã três linhas de
metrô -a linha 10, de 24,5 km
de extensão, um metrô de superfície que liga o aeroporto internacional ao centro da cidade
e uma linha que vai até a Vila
Olímpica, mas que só será usada por quem tiver credenciais
do evento esportivo.
A capital chinesa chegará a
200 km de rede de metrô (São
Paulo tem apenas 63 km).
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