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HIPISMO
Rodrigo Pessoa se dá ao luxo de errar em classificatório
Para deixar Rufus preparado para a final, cavaleiro comete uma falta estratégica no último obstáculo
Sem a pressão da disputa
de medalhas por equipes, campeão olímpico usa 3º dia do concurso de saltos como preparatório para decisão
LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL A HONG KONG
O campeão olímpico Rodrigo
Pessoa usou a última prova
qualificatória de ontem em
Hong Kong como um treino.
Ele passou com facilidade para a disputa final e se deu ao luxo até de cometer uma falta no
último obstáculo, para que seu
cavalo, Rufus, entre alerta no
evento que vale medalha, na
próxima quinta-feira.
Com o Brasil eliminado da
disputa por equipes, Pessoa
não precisou forçar ontem. O
desempenho que teve nos dois
dias iniciais praticamente o colocou na final individual.
"O zero de ontem [anteontem] permitiu montar mais
tranqüilo esta prova e usá-la
um pouco como treino", falou
ele. "Acho que o cavalo saltou
hoje [ontem] sem se desgastar,
e isso faz parte da estratégia.
Zera tudo agora, e é importante
ele ter competido sem pressão
para ter mais tempo de se recuperar", completou Pessoa.
Após três dias de provas, ele
encerrou a fase eliminatória na
sétima posição, com 7 pontos
perdido. Ontem, diferentemente do que fizeram seus concorrentes dos EUA, Canadá,
Alemanha e outros seis países
-que concorriam no evento
por equipes-, o brasileiro poupou Rufus. Ele acha que poderá
tirar proveito dessa situação na
prova em que tentará o bi.
Indagado se teria vantagem
sobre os oponentes que disputaram medalhas ontem, Pessoa
disse: "Acho que sim. O resultado da prova para eles é importante. Têm que pedir o esforço
dos cavalos, porque vão para
medalha. Com certeza, puxaram os cavalos mais que eu".
No caso das montarias norte-americanas e canadenses -que
disputaram um desempate
contra o relógio pela medalha
de ouro, que ficou para com os
EUA-, a exigência foi maior.
Na avaliação de Pessoa, o
percurso de ontem, com obstáculos de 1,60 m de altura e até
1,80 m de largura, indica que os
próximos serão mais duros.
Ele diz que Rufus tem margem técnica para suportar uma
maior dificuldade. Ontem, no
último obstáculo, quis motivar
o animal para isso.
Logo após a passagem do
conjunto, André Beck, agente
de Pessoa, afirmou que a falta
tinha sido planejada. Mais tarde, o cavaleiro Álvaro Affonso
de Miranda Netto, o Doda, ratificou a informação.
"O Rodrigo tinha me dito:
"Doda, se ele vier com zero, não
vou ajudar muito no último
[obstáculo], para ver se ele toca
ali e eu já faço minha falta hoje
para não fazer depois"."
Indagado sobre qual a vantagem dessa medida, Doda explicou: "A estratégia é a seguinte:
com a qualidade que esse cavalo [Rufus] tem, ele sabe que
precisa de mais atenção no próximo percurso".
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