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FUTEBOL
Juninho, com auxílio de Jairo Leal, estréia contra a Ponte Preta, enquanto dirigentes repartem o comando do futebol
Corinthians joga sob divisão de poderes
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians começa a testar
hoje, contra a Ponte Preta, a divisão de poderes implantada em
seu departamento de futebol para
tentar recuperar a equipe.
A partida no Pacaembu, às 18h,
é a primeira do técnico-tampão
Juninho, que deve ficar até o fim
do ano. Como planejou a diretoria, ele praticamente trabalha em
dupla com o auxiliar Jairo Leal.
Também será o primeiro jogo
depois que foi oficializado um trio
no comando do futebol. O vice
dessa área, Antonio Roque Citadini, que dava as cartas sozinho,
agora divide espaço com Andres
Sanchez, vice de esportes terrestres, e Francisco Papaiordanou,
vice de relações públicas.
Na direção e na comissão técnica, a idéia da cúpula corintiana é
evitar profissionais com amplos
poderes para decidir.
À beira do gramado, Juninho
comanda o time, porém o ex-treinador dos juniores evita tomar
decisões sem consultar Leal, que
foi também auxiliar de Carlos Alberto Parreira, Geninho e Júnior.
Mas este é o momento em que o
assessor tem mais influência sobre o treinador do time.
"Quando resolve fazer alguma
coisa, o Juninho olha para o Jairo
[Leal] e pergunta se está certo",
revelou o volante Fabinho.
"Uso muito o Jairo, mas não é só
ele. Não imaginava que na equipe
profissional existisse tanta gente
para ajudar o treinador. Eles passam muita informação e me deixam numa situação bem confortável", declarou Juninho.
Na última quinta-feira, o treinador levou a sua primeira bronca
no clube por esquecer que não
pode tomar as decisões sozinho.
Ele mandou o atacante Abuda,
suspenso, jogar pelos juniores ontem, mas não avisou seus superiores e foi repreendido. "Não sabia
que precisava fazer a informação
chegar ao Edvar Simões [gerente
de futebol] e tomei uma dura."
A situação de Juninho contrasta
com a política adotada com Wanderley Luxemburgo, em 2001. O
treinador tinha status de manager
e chegou a participar de negociações com jogadores, mas acabou
demitido. Ele ganhava R$ 210 mil.
Juninho recebe R$ 6.000.
Se permanecer na equipe em
2004, Juninho poderá indicar reforços, mas eles terão de passar
pelo crivo de uma série de dirigentes, segundo Papaiordanou.
O diretor técnico Rivellino será
o primeiro a estudar os casos. Depois, o trio de dirigentes opinará,
mas o departamento financeiro
terá de autorizar as negociações.
Papaiordanou e Sanchez participaram da contratação de Júnior
e Rivellino, indicadas por Citadini. Na última terça, eles foram oficializados como integrantes do
departamento de futebol.
"É melhor que três pessoas cuidem do futebol, assim sempre um
tem tempo disponível. Se for um
dirigente só, ele sofre um desgaste
maior", afirmou Papaiordanou.
Citadini é o mais desgastado da
cúpula corintiana. A torcida organizada Gaviões da Fiel chegou a
atirar ovos no dirigente. "Sempre
fui a favor do trabalho coletivo, fica mais fácil acertar", disse ele.
NA TV - Sportv, só para Belo
Horizonte, ao vivo, às 18h
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