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OLIMPÍADA
Para fazer a distribuição de recursos da Lei Piva, COB fez uso de um critério diferente para cada confederação
Sistema elástico definiu divisão de verba
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Para 28 confederações, 28 critérios. Apesar de o departamento
técnico do Comitê Olímpico Brasileiro ter adotado oito normas
para a nova divisão de verbas da
Lei Piva, anunciada na quinta-feira, o peso delas foi diferente para
cada uma das entidades.
""Não havia um peso definido
para cada critério. Cada confederação foi avaliada de uma forma
diferente", diz Yong Min Kim,
presidente da de taekwondo. ""No
nosso caso, a redução [da verba
de 1,0%, equivalente a R$ 408 mil,
para 0,75% do total] foi justa. Pesou que não fizemos um bom trabalho de administração, ficamos
acomodados [com o dinheiro das
loterias] e não tínhamos cobrado
[a anuidade] de nossos filiados
[8.300 no total]. O COB acertou."
Eric Maleson, presidente da
Confederação de Desportos no
Gelo, diz que, em seu caso, o que
pesou foi o trabalho de divulgação
do esporte no Brasil. ""A Olimpíada de Inverno será só em 2006,
mas o COB viu que temos feito
muita coisa com a porcentagem
[0,5%] que recebemos e decidiu
mantê-la para 2004. Desenvolvemos o bobsled [trenó no gelo] feminino e temos procurado novos
praticantes no Brasil."
Já para a canoagem, beneficiada
com mais recursos, o presidente
João Tomasini acha que pesaram
a participação no Pan de Santo
Domingo e a acirrada disputa pelas vagas para Atenas. ""Estamos
investindo o máximo para irmos
fortes à Olimpíada."
Segundo o COB, foram levados
em conta na avaliação a classificação e as chances de cada modalidade em Atenas-2004, o desempenho no Pan-2003, o desenvolvimento da entidade nos últimos
dois anos, os recursos humanos
de cada uma, o número de federações filiadas, de praticantes do esporte e a aquisição de material para seu desenvolvimento.
À Folha, Carlos Arthur Nuzman justificou as decisões tidas
como mais polêmicas. Uma delas
foi a manutenção da porcentagem para o basquete, que não
classificou a equipe masculina para a Olimpíada na Grécia.
O presidente do COB elogiou ""o
trabalho de renovação que vem
sendo feito na seleção masculina"
e disse que, mesmo sem a vaga em
Atenas, ela ""mostrou qualidades e
foi campeã sul-americana e bi
pan-americana em 2003".
Sobre o judô, que ganhou mais
verbas mesmo tendo declarado
irregularmente os R$ 937.960,19
recebidos no ano passado, disse
que ""a CBJ já reconheceu o problema e se comprometeu a corrigi-lo no próximo balanço".
No caso da natação, que, apesar
do ótimo desempenho no Pan, foi
um fiasco no Mundial e tem poucas chances de medalhas em Atenas, confirmou que ela continuará a receber o valor máximo em
2004 -4% (R$ 1,632 milhão).
""A equipe não estava no ápice
no Mundial, já que o foco da
CBDA era o Pan", comentou o dirigente, que não concorda com a
tese de que os desportos aquáticos
têm poucas chances nos Jogos.
O vôlei, criticado pelo COB pelo
descaso da dupla de praia Adriana Behar/Shelda com o Pan, também foi poupado e continuará a
receber o teto máximo. ""Isso [as
críticas] nada tem a ver com o
percentual que a CBV recebe."
Finalmente, no caso do tênis de
mesa, que ganhou maior fatia,
um dos critérios usados foi o da
popularidade. ""O tênis de mesa
obteve em 2002 um crescimento
no número de praticantes bem
maior do que o do boxe [que não
terá aumento nos recursos]." E,
além disso, teve atuação bem avaliada no Pan dominicano.
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