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FIEL ESCUDEIRO
Geninho sonha em ver lateral virar artilheiro, mas atleta prefere caprichar nas assistências
Kléber rejeita "emprego" de goleador
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao ver Kléber desencantar e
marcar o seu primeiro gol em
2003, contra o Vasco, Geninho
fez planos para transformar o
pupilo em um novo goleador.
Seu sonho é ver o corintiano
balançar as redes tanto quanto
Mancini, lateral-direito que ele
orientou no Atlético-MG no
Brasileiro do ano passado.
O atleticano marcou 15 vezes e
ficou entre os cinco principais
goleadores da competição.
Mas essa história não anima
Kléber, único titular corintiano,
sem contar Doni, que ainda não
havia marcado neste ano. Ele
não quer mudanças radicais em
seu estilo de jogo e descarta os
planos traçados pelo treinador.
"Não tenho a preocupação de
fazer gols. Prefiro ajudar o time,
fazer assistências", disse.
O futebol solidário do lateral-esquerdo não é só da boca para
fora. Ele é o corintiano que mais
faz assistências, ao lado de Jorge
Wagner, com a média de uma
por jogo, segundo o Datafolha.
O lateral-direito da equipe, Rogério, tem média de 0,3.
Kléber é ainda o atleta mais
acionado do time, com 47 bolas
recebidas. Mas só faz 1,5 finalização por partida.
"Ele precisa fazer mais gols,
cobro isso do Kléber porque ele
tem qualidade para marcar mais
vezes", disse Geninho.
Os apelos do treinador não
convencem o lateral. "Ele quer
que eu faça mais gols por causa
do bom trabalho feito com o
Mancini. Mas o Atlético jogava
com três zagueiros e o lateral podia avançar mais. Aqui não é assim", lembrou Kléber.
No ano passado, o corintiano
fez só dois gols em 65 jogos. Como profissional, desde 1998, foram apenas nove tentos.
Apesar de dizer que não se interessa em fazer gols, Kléber desabafou após marcar contra o
Vasco. "Eu era pressionado, os
jornalistas sempre me diziam
que eu não tinha marcado. Agora, todos vão ter de esperar mais
um ano para falar."
Ele também reclama que seus
passes, cruzamentos e assistências não são valorizados nem pelos torcedores do clube. Por isso,
algumas vezes deseja que estivesse praticando outro esporte.
"No futebol é assim mesmo, as
pessoas só dão valor aos atletas
que fazem gols. Se eu fosse jogador de basquete, seria muito
mais valorizado."
(RP)
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