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Reis históricos da bilheteria do Brasileiro fracassam e desgostam seus fãs
O seu dinheiro de volta
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Imagine uma festa íntima, com
apenas 22 convites, e nenhum deles endereçado às quatro pessoas
mais populares da turma. É assim, pelo andar da carruagem,
que pode ser o Campeonato Brasileiro na próxima temporada.
Os quatro campeões históricos
de bilheteria do Nacional agonizam no torneio em 2004.
Atlético-MG, Bahia, Corinthians e Flamengo (estes dois se
enfrentam hoje), afundados em
problemas financeiros, estão longe dos tempos de glória.
Os nordestinos já estão na segunda divisão, na qual fazem
campanha apenas regular. Os mineiros e os cariocas, se o torneio
da elite já estivesse encerrado, estariam condenados hoje à Série B.
E o Corinthians só está um posto
acima da zona do rebaixamento.
A classificação do Nacional
mostra que tradição de casa cheia
não dá pontos na tabela hoje. Enquanto o quarteto mais popular
do país, cuja média de público caseira varia entre os 22,5 mil do Corinthians e os 28,3 mil do Flamengo (números da revista "Placar"),
vai mal, clubes que nunca figuraram no topo do ranking da bilheteria brilham na competição.
A rodada começou com o Criciúma na ponta. Na sua trajetória
no Brasileiro, o clube tem a modesta média de 6.300 pagantes como mandante. O Figueirense, que
ontem assumiu a vice-liderança,
tem média caseira que não chega
aos 10 mil. O São Caetano, que raramente reúne mais de 3.000 torcedores no Anacleto Campanella,
continua a assustar os grandes.
Sem bons resultados, os reis da
bilheteria já não têm mais o mesmo apoio. O Atlético-MG, por
exemplo, registra uma média de
público em 2004 que não corresponde nem a 30% de seus números históricos no certame.
Clubes mais populares do país,
Corinthians e Flamengo, que só
não vive um pesadelo total por estar na final da Copa do Brasil, vão
fazer o primeiro confronto entre
os times no Brasileiro-04 em um
estádio acanhado. O jogo de hoje
acontece em Limeira, já que o clube paulista perdeu o mando de
uma partida pelo comportamento ruim de sua torcida.
No cenário atual, o público médio desse confronto não deve ser
maior do que 15 mil. De 1971 até o
ano passado, os duelos entre Corinthians e Flamengo venderam,
em média, nada menos do que 35
mil ingressos a cada jogo.
No clube do Parque São Jorge, o
técnico Tite refuta a opinião de alguns jogadores, que consideram
jogar longe da capital vantajoso,
já que a pressão seria menor.
"O jogador ou o treinador que
não estiver preparado para enfrentar uma situação como essa
não serve", afirma Tite.
Não é só pela alta popularidade
que essas quatro equipes deveriam estar longe da realidade ou
ameaça da segunda divisão.
Juntos, Atlético-MG, Bahia, Corinthians e Flamengo somam nove títulos nacionais.
Os quatro são fundadores do
Clube dos 13 e, principalmente
com o clube paulista e o carioca,
são os principais atrativos nas
emissoras que transmitem o Brasileiro. De acordo com pesquisa
nacional do Datafolha, o quarteto
responde por 43% das preferências dos brasileiros que dizem torcer por um time.
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