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FUTEBOL
Goal do Brasil
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Blatter passa para Teixeira.
Esse agora ajeita e prepara a
finalização do Goal brasileiro. O
lance não foi concluído ainda,
mas já está armado e garantido.
O único país pentacampeão
mundial vai receber em breve
uma verba da Fifa. O dinheiro
chegará pelas mãos do Projeto
Goal, uma iniciativa criada pelo
atual presidente da máxima entidade do futebol, o suíço Joseph
Blatter, para atender, em especial, as federações nacionais mais
carentes.
Na prática, o Goal de Blatter
ajudou o dirigente a seguir no poder mesmo diante de acusações
de compra de votos. Aliás, o presidente do Goal Bureau, organismo
da Fifa que determina para onde
vai a verba do projeto, é Mohammed bin Hammam, que estaria
envolvido na tal compra de votos
às vésperas da última eleição presidencial da Fifa. Uma coisa é clara: o Goal é uma forma oficial de
enviar grana para dirigentes em
qualquer canto do mundo.
Segundo números recentes da
Fifa, 40 projetos já foram concluídos no planeta (oito na Ásia, nove
na África, dez na Concacaf, três
na América do Sul, três na Oceania e sete na Europa). Os valores
mudam de país para país. A Fifa,
após destacar qual federação será
agraciada, espera dessa um projeto que bata com o "ideal" do
Goal. O dinheiro pode ser gasto
em infra-estrutura, administração, educação, desenvolvimento
de categorias de base e em outras
áreas. A quantia oferecida depende obviamente de cada projeto,
mas essa, não raramente, alcança
US$ 1 milhão. Entre 1999 e 2002,
cerca de 100 milhões de francos
suíços foram usados no Goal.
Na América do Sul, o Goal está
agora focado no Uruguai, pequeno país de rica história no futebol,
mas de presente humilde no esporte. O próximo da lista é o Brasil (em meio à luta da Conmebol
diante da Fifa para ganhar uma
quinta vaga na Copa de 2006, Argentina, Chile e Colômbia também apareceram na lista dos países que serão ajudados em breve).
Com a reeleição de Blatter e a
possível ampliação do mandato,
haverá tempo suficiente para que
quase todas as 204 federações nacionais sejam atendidas pelo programa, chamado pelo suíço de
"sonho" por distribuir melhor,
entre ricos e pobres, as condições
ideais para a prática do futebol.
Se o ideal é bonito, os critérios
para a escolha de cada federação
e de cada projeto não são lá uma
maravilha. A CBF, que já lucra
bastante com amistosos, contratos com patrocinadores e premiações em nobres torneios, está empenhada agora, com mais uma
reeleição de Teixeira, na construção de um museu do futebol no
Rio. Tal projeto poderia até contar com apoio da Fifa, mas, pelo
"ideal" do Goal, seria melhor
construir centros de treinamento
ou algo do tipo em regiões mais
carentes do país, locais em que o
futebol está menos desenvolvido.
A CBF atuará em conjunto com a
Fifa na execução do Goal brasileiro, mas o governo seria, dependendo do projeto, consultado.
Nada garante, porém, que o
Brasil que come ajudará o Brasil
que tem fome. A Fifa já está alimentando federações que têm o
bastante para se sustentar...
Goal da Adidas
A fornecedora de material esportivo parceira da Fifa se ligou ao Projeto Goal e entregaria até 100 mil bolas em todo mundo (quase 20 mil
já teriam sido oferecidas).
Goal de Teixeira
O presidente da CBF, que publicamente não falou da chance de ser o
sucessor de Blatter, recebeu parabéns do presidente da Fifa após outra reeleição. Sua continuidade na entidade maior do futebol (em variados e importantes comitês) vai além de seu mandato na CBF.
Goal de Blatter
O suíço, mais fortalecido com a Copa com 32 países, conta com mais
um ano de mandato: a próxima eleição na Fifa deverá ser em 2007.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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