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PINGUE-PONGUE
Eurico ataca COB e diz que agora clube foca base
DA REPORTAGEM LOCAL
No Pan de Winnipeg só dava
ele. Depois de cada medalha de
um atleta vascaíno, apresentava sua contagem particular.
Exibia um quadro de medalhas
em que o Vasco aparecia como
se fosse um país. Fez o mesmo
em Sydney, mas voltou desapontado com a falta do ouro.
No retorno ao Brasil, começaram as acusações. Eurico Ângelo de Oliveira Miranda, na
época vice-presidente de futebol, mas já o homem forte do
clube carioca, criticou o COB.
Declarou que a entidade tem
poucas despesas, entende pouco de esporte e não ajuda os
clubes a formar atletas.
O tempo passou, mas a crítica continua. À Folha, Eurico
diz que não se arrepende do
que fez e lamenta o que chama
de ciumeira dos dirigentes
olímpicos.
(JCA)
Folha - O projeto olímpico do
Vasco até hoje é alvo de críticas
e de fato não sobreviveu do Pan
de Winnipeg até o de Santo Domingo. O que deu errado?
Eurico Miranda - Não se trata
de dar certo ou dar errado, até
porque deu certo em muitos
pontos. Mostramos que, com
vontade, dá para ter resultados,
como aconteceu em Winnipeg.
Ajudamos muita gente. O remo não tinha barco, mandei
importar um barco. A Adriana
[Behar] e a Shelda tinham que
ir ao Japão logo depois do Pan,
fretei um avião para elas. Só
que o sucesso gerou ciumeira,
houve resistência. Mostramos
que dá para levar 160 atletas e
só um dirigente [referindo-se a
ele], mas tem gente que acha
melhor irem muitos dirigentes
e poucos atletas.
Folha - O projeto olímpico do
Vasco acabou?
Eurico - Não, só que mudou o
enfoque. Com menos dinheiro,
temos investido mais na formação de atletas, o que dá menos repercussão, mas é mais
importante. O Vasco tem hoje
22 esportes olímpicos, infanto-juvenil, juvenil, uma garotada
que estamos tentando formar.
Folha - Em 1999, o COB não tinha os recursos da Lei Piva. Hoje
tem. Mudou muita coisa?
Eurico - Falta vontade política.
Tenho uma relação respeitosa
com o Nuzman, mas alguém
tem que investir na base, e a
grande parte do dinheiro da Lei
Piva não vai para lá. Só alguns
clubes, como o Vasco, investem na massificação do esporte. E sem nenhuma ajuda do
governo, do COB, de ninguém.
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